William Matheus Nascimento, irmão da vítimaReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - William Matheus Nascimento, irmão de Ayend Cristine Hammad, morta na última sexta-feira (29) pelo companheiro Samy Foaud Hammad, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, afirmou, na tarde deste sábado (30), em frente ao Instituto Médico Legal (IML) do Centro da cidade, que o crime foi de uma brutalidade sem tamanho. Ele, que foi reconhecer o corpo da irmã, disse, aos prantos, que a encontrou desfigurada e sem um dente. 
"Infelizmente perdi minha irmã numa atrocidade de um cara que nunca se demonstrou violento. A brutalidade foi tanta que ele arrancou um dente dela. Graças a Deus ele já está preso", desabafou William.
Samy Foaud foi preso na manhã de hoje em um hotel no Centro de Petrópolis, na Região Serrana, para onde fugiu após o crime.
Ao ser perguntado se o casal tinha um bom relacionamento, o irmão da vítima afirmou que há mais ou menos um mês Ayend tinha dado entrada com um pedido de divórcio. "Segundo relatos das amigas dela, o Samy implorava para que o casamento não acabasse. Essa semana da morte, inclusive, ele teria pedido diversas vezes".
Ele continua dizendo que o assassino não demonstrava ser uma má pessoa, mas que uma vez Ayend lhe disse que Samy tinha chegado em casa "meio conturbado" dizendo que estava com o psicológico abalado por causa do pedido de separação.
Além disso, William afirmou que o criminoso já foi seu chefe. "Eu também trabalhei no hospital [onde o assassino trabalhava na área administrativa]. Minha esposa já disse que sentiu que ele era um cara frio e calculista. Depois da morte da minha irmã, passou um filme todo pela minha cabeça. Essa conversa deve ter 15 dias. A gente pediu para ela ter cuidado com ele em questão de querer a guarda das crianças".
O irmão ressaltou ainda que a vítima e o assassino têm dois filhos: um de quatro anos e outro de seis. "Ela queria terminar bem por causa das crianças, mas infelizmente não foi isso o que aconteceu".
Por fim, o rapaz disse que a irmã estava muito feliz de cursar a faculdade de Pedagogia na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
Cartão da faculdade de Ayend Cristine, que cursava Pedagogia na UniRio - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Cartão da faculdade de Ayend Cristine, que cursava Pedagogia na UniRioReginaldo Pimenta / Agência O Dia
"Ela fez o ENEM e passou pela cota de negros. O estágio dela ia começar na segunda-feira (2). Minha irmã estava totalmente contente. Infelizmente o sonho acabou. Hoje eu vou assumir a responsabilidade de cuidar dos filhos dela. Ela só tinha a mim. Nossos pais morreram em 2003. Temos mais dois irmãos, mas moram fora do Brasil".
Ainda não há informações sobre a data e o local do enterro de Ayend.
*Colaborou Reginaldo Pimenta