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Segundo as investigações, foi constatado a existência de mais de 60 construções irregulares na ilha de Jurubaíba, bem da União localizado na Baía de Guanabara, tombada como Área de Proteção do Ambiente Cultural. A ilha, frequentada por turistas e moradores locais, já foi cenário para o filme 'Onde à terra acaba' (1933), produzido pela Cinédia, dirigido por Octávio Mendes.
De acordo com o procurador da república Jaime Mitropoulos, a investigação surgiu em 2012 e teve entre outras aplicações, a vistoria do Instituo Estadual do Ambiente (Inea), realizada em 2013. A partir disso, foi requisitado ao Município do Rio de Janeiro que tomasse as providências do caso.
Entretanto, a vistoria não pode ser realizada no local. Na época, a Coordenadora Geral do Controle de Parcelamentos e Edificações do município alegou não possuir meios de transporte para a realização da vistoria, e que por esta razão, sugeriu o auxílio de outras áreas da prefeitura. Desde então, o MPF começou a cobrar medidas concretas, expedindo mais de dez ofícios a órgãos municipais, mas nada de efetivo foi providenciado, o que motivou a ação judicial.
Em julho de 2017, uma nova liminar foi concedida pela Justiça Federal, determinando nova vistoria na Ilha de Jurubaíba. No relatório de vistoria, o Município apontou a existência de diversas construções recentes, despejo de esgoto in natura na Baía de Guanabara, falta de saneamento básico e acúmulo de lixo por toda a extensão da Ilha.
Ao longo do processo, o Município do Rio de Janeiro não negou a expansão urbana irregular na ilha, que faz parte do território carioca. Entretanto, sempre citou obstáculos, como ausência de transporte público regular (barcos) para realizar vistoria e o receio de violência no local.
Com isso, foi determinado que o Município do Rio cumpra seu dever de proteger o meio ambiente e de ordenar a ocupação do solo, sendo necessário providenciar estrutura e equipamentos necessários para fiscalização das ilhas da Baía de Guanabara, assim como das demais ilhas oceânicas, costeiras e lacustres que fazem parte do seu território.
Procurada, a prefeitura respondeu "A Coordenadoria de Defesa Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente fará uma vistoria na Ilha de Jurubaíba, cujas ocupações não seguem padrões urbanísticos e não estão legalizadas."
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