Estudo aponta grande risco de afundamento do solo no localDivulgação

Rio - Moradores da Gávea, na Zona Sul do Rio, se reuniram na tarde desta quinta-feira (19) para uma manifestação na esquina da Rua vice-governador Rubens Berardo com a Avenida Padre Leonel Franca, que dá acesso à Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). O grupo pediu a retomada das obras da estação de metrô da Gávea, que estão paralisadas desde janeiro de 2015. 
Em 2019, um estudo feito por professores da PUC-Rio concluiu que existe o risco de um possível afundamento do solo no local. Além disso, o texto ressalta que a probabilidade não é baixa, já que as estruturas de contenção são provisórias e estão em um ambiente agressivo do ponto de vista bioquímico. Com isso, o relatório afirma que a solução é a finalização das obras. A estação ficaria no subsolo do estacionamento da universidade e teria duas saídas: na Avenida Padre Leonel Franca e na Rua Marquês de São Vicente.
Em carta aberta, a Associação de Moradores da Gávea (Amagávea) informou que a população está preocupada com um possível desmoronamento. Esse medo aumentou em fevereiro deste ano, quando uma cratera se abriu na Marginal Tietê, em São Paulo, ao lado da obra do Metrô da Linha 6-Laranja.
"A manifestação de hoje tem um único intuito: cobrar do governador a retomada das obras da estação. Já há vazamentos em laboratórios da PUC e os moradores estão preocupados com esse perigo eminente que existe. A manifestação exige do governador a retomada imediata das obras", disse o presidente da Amagávea, René Hasenclever.
No dia 13 de abril, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) determinou pela quinta vez que o Governo do Estado adote as medidas necessárias para eliminar os riscos causados pela paralisação das obras da Estação Gávea, que integraria a Linha 4 do metrô. Segundo o órgão, houve um superfaturamento de R$ 3,7 bilhões no projeto.
Procurada, a Secretaria de Transportes informou que "atua para atender as determinações das instâncias judiciais e, assim, retomar a obra bruta da Estação Gávea, sem onerar o poder concedente. Dessa forma, estariam estabelecidas as condições para a consolidação estrutural da estação, a cargo do consórcio responsável."
A Concessionária Rio Barra (CRB) esclareceu que faz o monitoramento dos poços inundados e presta todas as informações ao governo. Além disso, afirma que a situação é de estabilidade na região. Ainda de acordo com a CRB, para a finalização da estação, faltam as obras estruturais, 1,2 km de túneis, implantação de sistemas e os acabamentos. Pelo contrato, o Estado do Rio tem a responsabilidade pelo aporte dos recursos necessários para finalização das obras. 
A construção da Estação Gávea teve início em dezembro de 2013, mas foi paralisada em janeiro de 2015 por falta de recursos. Em junho de 2017, os poços feitos pela obra foram inundados para que a pressão da água diminuísse o riscos de um desabamento. Segundo a Amagávea, o governador Cláudio Castro prometeu, em agosto de 2021, que a construção seria concluída, o que ainda não foi feito.