Natalie esteve com familiares de Celso no IML pra liberar o corpoReginaldo Pimenta

Rio - A esposa do cabo da PM Celso Nascimento Furtado, de 42 anos, que morreu em um grave acidente neste domingo, na Avenida Getúlio de Moura, no Centro de Nilópolis, na Baixada Fluminense, ainda está tentando assimilar o que aconteceu. Abalada, a professora Natalie Furtado esteve no IML de Nova Iguaçu na manhã desta segunda-feira para liberar o corpo e disse que o filho do casal, de 9 anos, ainda não sabe que o pai morreu.
"Estou muito chocada, triste e abalada com tudo isso. Não tenho muito o que dizer, só pedir pra Deus confortar meu coração e do meu filho, porque eu não sei nem como contar isso para ele. Tá muito difícil. Ele era muito ligado ao pai. Agora estamos aqui sofrendo, a família toda está abalada", lamentou Natalie.
De acordo com a Polícia Militar, o cabo e um sargento estavam se deslocando para a Comunidade das Casinhas, quando um ciclista entrou na frente da viatura. Neste momento, o policial que dirigia o veículo tentou desviar do homem e perdeu o controle da viatura e girou na pista até colidir. Celso ficou preso entre as ferragens e morreu no local.
Já o outro policial, que não teve a identidade revelada, foi socorrido ao Hospital Municipal Juscelino Kubitscheck, em Nilópolis, e depois transferido para o Hospital Central da corporação, no bairro Estácio, no Centro do Rio. Ele não corre risco de morte.
Casados há 14 anos, Natalie descreveu Celso como uma pessoa do bem, generosa e um pai excelente. Segundo a esposa, o policial também era apaixonado pela profissão. 

"Ele tinha a polícia no sangue e ele sempre me falava que era policial 24 horas por dia. A gente fica muito triste com isso, porque eu sei quando uma pessoa ama a profissão. A gente ficava preocupada, porque ser polícia no Rio de Janeiro é muito perigoso. Ele era um cara muito legal, um pai excelente, uma boa pessoa, generoso", relembrou.
A professora disse que ficou sabendo do acidente do marido através do pai e do seu pastor e lamentou a dor da perda. 
"Na hora do acidente eu estava na igreja e fiquei sabendo por terceiros. Eu nem quis ver fotos do acidente, só fiquei sabendo pelo meu pastor e meu pai que ele tinha sofrido um acidente. Aí depois de um tempinho me falaram que ele estava morto, fui para o hospital e quis ver o corpo dele, mas não podia. Mas um policial conseguiu que eu entrasse e vi que era real. Uma dor muito grande, horrível, imensurável. A ficha ainda não caiu".
A esposa de Celso ainda apontou divergências na causa do acidente. "Cada policial fala um negócio. Uns falam que ele desviou de uma bicicleta, outro falou que ele estava numa ocorrência e correu para outra. O fato é que ele se foi. Eu até estranhei quando falaram pra mim que ele tava morto, eu pensei que fosse por tiro. Mas quando falaram que foi acidente eu disse que era impossível, porque ele dirigia muito bem".
Em nota, a PM lamentou a morte e disse que Celso era lotado no 20ºBPM, ingressou na Corporação em 2014 e deixa esposa e um filho. O policial será enterrado nesta terça-feira, às 11h30, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 57ª DP (Nilópolis) e as investigações estão em andamento.
* Com Reginaldo Pimenta