Ministério Público atua em demoliçoes de construções irregulares na Zona OesteDivulgação / MPRJ

Rio - A Prefeitura realizou nesta quinta-feira a demolição de seis construções irregulares na Estrada do Bougainville, em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio. A ação tem o apoio do Ministério Público Estadual (MP) por meio da Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/FT-OIS), da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e da Polícia Militar.
Segundo a prefeitura, as obras têm um histórico de avanço sobre a área verde e já foram embargadas diversas vezes por vários órgãos ambientais municipal, estadual e federal. Os responsáveis, no entanto, ignoraram as notificações, continuando as intervenções em ritmo acelerado. Até mesmo um prédio, que teria seis andares, vinha sendo erguido na zona de amortecimento do Parque Nacional da Tijuca.
De acordo com o Ministério Público, o local tem um histórico de desmatamento há alguns anos e um crescimento imobiliário desordenado, sendo necessárias ações que visem garantir a manutenção de florestas do entorno e da fauna, assim como a segurança da população que se coloca em risco ao residir em prédios construídos sem um controle técnico e em áreas de encostas.
"Seguimos dando um recado muito direto aos que investem na destruição da natureza de forma criminosa, para lucrar: a Prefeitura continuará atuando. Estamos falando de prédios enormes, de um volumoso investimento patrocinado por grupos criminosos, colocando em risco a vida de muita gente", disse o secretário municipal de Meio Ambiente, Lucas Padilha.
A subprefeita de Jacarepaguá, Talita Galhardo, reforçou o risco para quem compra imóveis sem qualquer tipo de licença. "Além de diversos crimes ambientais, observamos um enorme dano a um rio da região por esgoto. Além do risco de prejuízo financeiro, quem investe dinheiro nessas construções está correndo um risco de vida", afirmou.
Talita também informou que o prejuízo para o crime organizado com a derrubada das construções irregulares passa de R$ 9,5 milhões. "Esse tipo de absurdo a gente não vai deixar acontecer, e quando vir qualquer tipo de construção subindo, a gente (subprefeitura) vai continuar derrubando", concluiu.
Segundo o MP, a Força Tarefa do GAECO tem avançado no combate a uma das principais fontes de renda das milícias: a exploração imobiliária ilegal, em regiões por elas dominadas, como Rio das Pedras.
O órgão também informou que em sete meses, foram feitas diversas operações para demolição de construções ilegais em áreas sob influências criminosas. Nesse período, já foram colocados abaixo shoppings, prédios residenciais, casas de show, lava-jatos, quiosques, estacionamentos e bares, entre outros. O resultado é um prejuízo estimado em mais de R$ 45 milhões para as organizações criminosas.