Posto do INSS da Praça da Bandeira ficou fechado nesta quinta-feira por causa do furto de cabos de energiaMarcos Porto/Agencia O Dia
Durante a manhã e início da tarde, uma fila se formava na porta da unidade em busca de informações. No portão fechado, um aviso sobre o problema da "falta de sistema devido ao furto de cabos de energia" e funcionários tirando a dúvida de quem chegava para o atendimento.
Apesar da presença das funcionárias, quem estava no local reclama da falta de informações e dos constantes adiamentos nas consultas, o que implica diretamente no não pagamento das pensões e auxílios.
Encostado desde agosto do ano passado, o vendedor Wagner Alves, de 28 anos, que anda com o auxílio de muletas por um problema na perna, conta que está desde fevereiro sem receber o auxílio. Foram três remarcações, quatro incluindo a desta quinta-feira.
"A minha licença acabava em 10 de março, quando foi em fevereiro, eu já não recebi o pagamento de fevereiro, de março. Enfim, passou o período e eu consegui marcar para o dia 30 de março a perícia de prorrogação ou de término. Quando foi no dia 30, eles estavam de greve. Eu cheguei lá e já estava remarcado de novo para abril e mais uma vez quando fui estava em greve de novo. Remarcaram agora para hoje a história se repetiu. Agora só em julho e enquanto isso as contas vão chegando", revelou o morador de Campo Grande, que leva cerca de duas horas para chegar na agência da Praça da Bandeira.
Por conta da falta dos pagamentos, Wagner comenta que precisou deixar o imóvel alugado onde vivia e voltar a morar com os pais por conta da falta do recurso.
"Assim que eu me encostei morava sozinho, mas saí de lá. Tive que voltar a morar com meu pai e minha mãe. Graças a Deus eu tenho a condição de morar com eles, mas para tentar pagar minhas contas tenho me virado fazendo caldos. Aproveitei esse tempo frio para vender e tem dado uma ajuda", contou.
Apesar de ser pouco, o auxílio ajuda o vendedor encostado por problema na perna a se manter: "Não é fácil viver com salário mínimo, né. Mas é um dinheiro que é nosso e que temos as nossas coisinhas para fazer".
O terreno onde a agência do INSS da Praça da Bandeira fica dá para um ferro-velho irregular que era explorado pelo primeiro-sargento Bruno Santos de Lima e seu pai, o empresário Lourival Ferreira de Lima, envolvidos na morte do perito da Polícia Civil Renato Couto. Após a ocorrência, o local foi desmobilizado na última semana pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP).
O INSS foi procurado pela reportagem de O DIA e afirmou que a previsão de retomada do atendimento na APS Praça da Bandeira devido ao furto dos cabos de energia elétrica é para sexta feira (27) no período da tarde. "Estamos com a equipe trabalhando para dar celeridade no reparo e garantir o atendimento à população", garantiu o órgão.
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