Rio - Terminou sem acordo a audiência de conciliação convocada para a tarde desta segunda-feira (30) pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), para julgar o dissídio dos rodoviários. O Rio Ônibus, sindicato das empresas, apresentou proposta de reajuste salarial de 6% e o aumento do valor da cesta básica para R$ 400, o que não foi aceito pelo sindicato dos trabalhadores. Caso não haja acordo entre os dois sindicatos nas próximas 72 horas, será iniciado os trâmites processuais para julgar o Dissídio Coletivo de Greve, ação que corre na Justiça do Trabalho quando não há um pacto firmado entre as partes. Com isso, a decisão do impasse ficará nas mãos da justiça.
A proposta apresentada pelo Rio Ônibus previa, para junho deste ano, um reajuste salarial de 3% e o aumento do valor da cesta básica para R$ 400 com pagamento a partir de julho. Os outros 3% seriam aplicados sobre o salário de novembro, com pagamento em dezembro. Por sua vez, o Sintrucad-Rio reivindica que o reajuste salarial recomponha a inflação dos últimos três anos, o que daria cerca de 24%, segundo os rodoviários.
De acordo com o TRT-RJ, como o Sintrucad-Rio não aceitou o proposto, a representante do Ministério Público do Trabalho (MPT), procuradora regional do Trabalho Deborah da Silva Félix, com adendo da vice-presidente do TRT/RJ, desembargadora Mery Bucker Caminha, propôs ao Rio Ônibus que o reajuste fosse de 10% (5% em junho e 5% em novembro), além de R$ 500 de cesta básica.
A proposta também prevê que haja negociação entre os sindicatos para que os 14% restantes (para completar os 24%reivindicados pelos rodoviários) sejam pagos de forma parcelada. Os representantes do Rio Ônibus se comprometeram a levar a proposta do MPT e do TRT/RJ para avaliação interna da diretoria. Diante do impasse, também nesta tarde, a direção do sindicato dos rodoviários levou a proposta para ser apresentada durante a assembleia da categoria, no Centro. O acordo não foi aceito pelos trabalhadores.
De acordo com Sebastião Silva, a categoria aceita o reajuste de 10% desde que ele seja pago integralmente no próximo mês, e não em duas parcelas:
"Vamos agora encaminhar a reivindicação dos trabalhadores para as empresas e aguardar um retorno, que acreditamos, dê um fim aos três anos de espera. Caso isso não ocorra, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deverá julgar o dissídio em até 72h", explicou Silva.
Ainda conforme o presidente do sindicato, os rodoviários estão há três anos sem reajuste de salários, cesta básica e demais benefícios.
Procurado, O Rio Ônibus disse em nota que: "Essa foi mais uma reunião dentro do processo de negociação, que prossegue em andamento." A Prefeitura do Rio ainda não se manifestou.
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