Testemunha de defesa do Dr Jairinho, assistente técnico Sami El JundiSandro Vox / Agência O Dia

Rio - O perito contratado pela defesa do ex-vereador Jairinho, Sami El Jundi, presta depoimento há mais de três horas na audiência desta quarta-feira do processo que julga os acusados pela morte de Henry Borel. Jundi analisou a necropsia e o prontuário médico de Henry e destacou que o pulmão do menino estava colapsado e que as causas sobre isso não constam na necropsia oficial do Instituto Médico Legal.
O assistente técnico apontou, em vários momentos de seu depoimento, incoerências no documento. Uma das críticas é de que a necropsia fala em abdômen plano, quando no prontuário médico diz que o abdômen da criança estava distendido.
Jundi também citou "pobreza de elementos descritivos do laudo" e que não encontrou o procedimento realizado por Leonardo Tauil, primeiro a depor nesta quarta-feira. 
Ânimos exaltados entre juíza e defesa de Jairinho
Um pouco antes da pausa para o almoço, durante o depoimento do perito Leonardo Tauil, a magistrada perguntou ao depoente se as três lesões que Henry Borel tinha na cabeça podem ter sido causadas por uma queda. Tauil disse, então, que é extremamente improvável. A juíza diz que consegue visualizar a cena do que de fato teria acontecido. "Só se a cabeça da criança fosse uma bola de vôlei e ficasse quicando". 
O defesa de Jairinho, Cláudio Dalledone rebate: "Excelência, pela ordem. A senhora não pode tecer esse tipo de comentário". A magistrada também retruca: "Posso, sim. Estou no uso das minhas prerrogativas, estou presidindo o ato e posso fazer a pergunta que eu quiser".
Jairinho acompanha a sessão por videoconferência em uma sala do Presídio de Gericinó, em Bangu. Sua imagem é projetada no telão do plenário. O ex-vereador será inquirido no próximo dia 13. Jairinho também seria ouvido hoje, mas a defesa pediu que o réu fosse ouvido de forma separada dos peritos.

No dia 9 de fevereiro, Monique foi inquirida em audiência, Jairinho falou por apenas 10 minutos ele alegou inocência e afirmou que não iria responder as perguntas, questionando provas obtidas pela polícia e os laudos da necropsia. A Justiça à época marcou um novo interrogatório para o ex-vereador do Rio para que ele tivesse acesso a documentos solicitados por sua defesa.