No Sampaio, o cuidador de idosos Reginaldo Avelar Porto morreu por causa de briga alheiaReprodução

Rio - O homem que foi morto com um tiro disparado por um policial militar, na tarde desta segunda-feira (6), na Avenida Marechal Rondon, no Sampaio, Zona Norte da cidade, era cuidador de idosos. De acordo com a Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio (Faferj), Reginaldo Avelar Porto, de 38 anos, era morador do Queto. No início da noite, moradores da comunidade realizaram nova manifestação na Marechal Rondon pedindo justiça por Reginaldo. 
Pelas redes sociais, a Faferj informou que Reginaldo estava próximo a discussão que ocorria em um lava-jato: "Ele não tinha nada a ver com a briga, mas foi atingido com tiro de um policial. Uma manifestação de populares da comunidade fortemente reprimida pela PM. Lamentamos a morte de mais um morador. A pedido da Faferj, a família está sendo atendida pela Defensoria Pública e a OAB/RJ", destacou a federação.
De acordo com o representante da Faferj, Gabriel Siqueira, a vítima deixa um filho de 14 anos, que morava com o pai. No momento da confusão, Reginaldo fazia um bico no lava-jato.
Sobrinha da vítima, Taís Sampaio, estava revoltada com a morte do tio. Abalada, ela também questionou a ausência da câmera no uniforme do policial que fez o disparo. 
"Ele era uma pessoa muito querida, trabalhador, nunca fez mal a ninguém. Ele tinha acabado de sair de cada para trabalhar (no lava-jato). Estava tendo uma confusão entre duas pessoas, ele não estava na confusão e não se meteu na confusão. Acabou sendo baleado e morto", lamentou a sobrinha de Porto.
Taís também criticou a atuação do PM que fez o disparo: "O policial que atirou falou que foi um acidente, quer dizer, um policial despreparado para dar um tiro à queima roupa a uma pessoa que não está fazendo nada é despreparado. E meu tio está morto".
De acordo com os policiais da UPP São João, na tentativa de separar os envolvidos, a arma de um dos policiais foi disparada acidentalmente. O cuidador de idosos foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.
Por meio de nota, a direção do Salgado Filho disse que a vítima já chegou morta à unidade. A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) e a1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) informaram que acompanham o caso.