Policia - Operaçao policia militar no Morro da Serrinha, em Marureira, zona norte do Rio, na Manha de hoje.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Policiais militares do 9ºBPM (Rocha Miranda), com apoio de unidades do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA), realizaram nesta terça-feira uma operação no Complexo da Serrinha, em Madureira, na Zona Norte do Rio. Criminosos atearam fogo em uma barricada em um dos acessos à comunidade, a fim de tentar dificultar o avanço dos agentes. Os bandidos também soltaram fogos para alertar os comparsas sobre a presença dos policias na comunidade, que é comandada pela facção Terceiro Comando Puro (TCP). Os PMs atuam com o apoio de dois veículos blindados.
A equipe de reportagem do DIA flagrou o momento em que alguns moradores corriam para tentar se abrigar em um lugar seguro após escutarem barulhos de tiros. Eles estavam saindo para trabalhar.
A ação tem objetivo de verificar denúncias, desarticular práticas criminosas relacionadas aos roubos de veículos, localizar e retirar barricadas colocadas em vias públicas e coibir movimentações de grupos criminosos na região. Ação resultou na recuperação de um um carro.
Aulas interrompidas
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que oito unidades escolares estão com as portas fechadas na região do Complexo da Serrinha, por conta da operação. Os alunos estão tendo atividades realizadas de maneira remota. A medida de segurança segue o protocolo previsto e tem o objetivo de não expor funcionários e estudantes aos riscos. 
Casa de luxo do chefe do tráfico
Em dezembro do ano passado, a PM encontrou um imóvel no alto do Morro da Serrinha, que pertence ao chefe do tráfico da comunidade, Wallace Brito Trindade, conhecido como "Lacoste" e também identificado como "Flamengo", "WC" ou "Salomão", de 34 anos. O espaço era usado pelos criminosos para a realização de reuniões e festas. A casa é ampla, com três andares e conta ainda com duas áreas de lazer, com piscinas e churrasqueiras. 
Lacoste chefia o tráfico de drogas nas comunidades da Serrinha, Fazenda, Patolinha, São José e Dendezinho, que pertencem ao Complexo da Serrinha.
Na área de uma das churrasqueiras, havia uma inscrição com a frase "Jesus é dono do lugar. Jesus habita nesse lugar." No térreo da casa, próximo a garagem, os policiais encontraram um canil, com diversos cães presos, sendo a maioria deles da raça pitbull.
De acordo com o Portal dos Procurados, a região ostenta a maior quantidade de armas e bocas de fumo da grande Madureira. Segundo informações seriam centenas de fuzis e pontos de drogas, que rendem, mensalmente, mais de R$ 700 mil para facção que domina todas as cinco favelas do complexo, e os traficantes são arregimentados na própria comunidade.
O criminoso vem tentando tomar os pontos de drogas do Morro do Cajueiro, que também fica em Madureira, e é dominada pela facção rival, o Comando Vermelho. No domingo de Páscoa de 2016, Lacoste ordenou que os traficantes invadissem o Morro do Cajueiro e, no momento da invasão, Ryan Gabriel Pereira dos Santos, de apenas 4 anos, que brincava com o avô na calçada, foi atingido por um disparo.
O menino deu em estado grave de saúde no Hospital Estadual Getúlio Vargas, no bairro da Penha. A bala teria entrado pelas costas da crianças e saída por seu peito. Após passar por uma cirurgia, a vítima não resistiu. Contra Wellington constam dois mandos de prisão e um pelo crime de homicídio, além de outro por associação para tráfico, expedidos, respectivamente, pelas 1ª e 2ª Vara Criminal da Capital.
O chefe do tráfico ainda é considerado foragido desde setembro de 2007, quando deixou o Instituto Penal Plácido Sá de Carvalho, do Complexo do Gerinicó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Ele cumpria pena de sete anos, após ser condenado por tráfico de drogas. O Portal dos Procurados oferece recompensa de R$1 mil por informações que levem a prisão do criminoso.
O Disque Denúncia recebe informações pelo WhatsApp do Portal dos Procurados, pelo número (21) 98849-6099; pelos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177, além do App Disque Denúncia RJ e também pelo inbox do Facebook e Twitter dos Portal dos Procurados. O anonimato é garantido.