Monique Medeiros foi interrogada em fevereiro deste anoCleber Mendes / agencia O Dia
Monique Medeiros dispensa ser interrogada em audiência do Caso Henry no dia 13
Por conta dos novos depoimentos, a ré também poderia ser reinterrogada, mas a defesa está satisfeita com seus últimos esclarecimentos
Rio - A mãe de Henry Borel, Monique Medeiros, não vai à audiência da próxima segunda-feira (13), quando o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, tem reinterrogatório marcado. O ex-casal é acusado pela morte de Henry, filho de Monique, de quatro anos, em março 2021. O processo tramita no II Tribunal do Júri da Capital. Os dois acusados foram interrogados, pela primeira vez, no dia 9 de fevereiro, mas o ex-vereador optou por permanecer em silêncio naquela ocasião.
Na época, Jairo alegou fragilidades na perícia do caso e solicitou acesso a documentos para embasar sua defesa. Em sessão realizada no dia 22 de março deste ano, os desembargadores da 7ª Câmara Criminal acolheram o pedido da defesa de Jairinho para que fossem ouvidos o perito Leonardo Huber Tauil e seus assistentes técnicos antes do interrogatório dos réus. Os depoimentos do perito Leonardo Tauil e do assistente técnico Sami El Jundi, contratado pelos advogados do ex-vereador, foram prestados em audiência realizada na última quarta-feira (1).
Por conta dos novos depoimentos, a ré Monique Medeiros também poderia ser reinterrogada, na mesma data (13), em razão dos acréscimos da prova oral, ou seja, do interrogatório dos peritos do último dia 1 e do interrogatório de Jairinho. A defesa, no entanto, se disse satisfeita com a última exposição de Monique no tribunal e a ré não irá à sessão. Os advogados de Monique pediram que a mãe de Henry também pudesse ser ouvida novamente. Mas, no decorrer do processo, eles entenderam que não faria falta para sua defesa e abriram mão da possibilidade.
"Quando houve o deferimento (aprovação) do interrogatório do Jairinho depois da oitiva dos peritos, nós questionamos naquele momento: 'Olha, então vamos querer que a Monique seja reinterrogada. Mas, nós conseguimos a decisão de prisão domiciliar da Monique e nada disso foi necessário. A Monique não tem interesse em prestar novo interrogatório, até porque o interrogatório dela foi bastante esclarecedor", explicou o advogado Hugo Novais.
A mãe de Henry teve a prisão preventiva convertida em domiciliar em abril pela juíza Elizabeth Machado Louro, titular da 2ª Vara Criminal da Capital. Assim como Jairinho, Monique estava presa desde o dia 8 de abril do ano passado. A magistrada determinou ainda que ela ficasse em um imóvel distinto dos que já havia residido antes e que o endereço desse local deve permanecer em sigilo. Ela também foi orientada a não falar com terceiros, além de familiares e de seus advogados.
Juíza nega pedido para que médicas prestassem novos depoimentos
A juíza Elizabeth Machado Louro negou na terça-feira (7) os pedidos da defesa do ex-vereador e médico Jairo Souza, o Dr. Jairinho, para que as médicas que prestaram atendimento a seu enteado, Henry Borel Medeiros, no dia da morte da criança, prestasse novos depoimentos. No seu despacho, a magistrada indeferiu (negou) as oitivas pretendidas das três médicas já inquiridas, do radiologista apontado na assentada, dos dois técnicos de necropsia e da perita legista Gabriela Graça.
Na semana passada, o assistente técnico Sami El Jundi, contratado pelo ex-vereador, disse que Henry Borel chegou vivo ao hospital. O perito sugeriu ainda que o menino possa ter morrido durante os procedimentos de reanimação realizados no hospital Barra D'or, onde foi atendido.
Ainda na decisão, Elizabeth Louro atendeu uma solicitação feita pela promotoria do caso fosse expedido um ofício ao Conselho Federal de Medicina, com a intenção de esclarecer se o perito Sami El Jundi poderia prestar o tipo de consultoria como perito para a defesa de Jairinho sem solicitar licença ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul.
Após o interrogatório de Jairinho, é esperado que o processo passe às fazes de diligências e alegações finais antes que a juíza decida se encaminha o caso ao júri.
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