Rio - Um vídeo gravado no apartamento do Flamengo onde duas mulheres foram encontradas mortas na tarde de quinta-feira (09) mostra o local após o incêndio que destruiu boa parte do imóvel. Localizado no 12º andar do Edifício Murca, na Avenida Rui Barbosa, o apartamento era de Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, patroa da diarista Alice Fernandes da Silva, de 51, que trabalhava lá três vezes por semana. As duas foram encontradas mortas, carbonizadas e com os pescoços cortados, dentro do apartamento, na tarde de quinta-feira (09).
O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado às 16:52h e em seguida equipes se dirigiram ao local. Ao chegarem, já encontraram as duas mulheres já mortas.
Pelas imagens, é possível ver que o fogo atingiu boa parte do imóvel. No quarto onde a idosa foi encontrada, é até difícil perceber como era o local antes do incêndio. As chamas alcançaram inclusive o teto. Marcas de quadros na parede, um abajur e uma mesinha de cabeceira são as poucas coisas que são possíveis de se identificar em meio ao cenário de destruição.
O corpo de Martha foi achado no quarto já todo destruído pelo fogo. Já o corpo de Alice Fernandes foi encontrado na cozinha do apartamento. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou perícia no apartamento e agora investiga o caso.
Dor e revolta
Na manhã desta sexta-feira (10), familiares e amigos de Alice Fernandes foram ao IML. O porteiro Hilário Rodrigues Leite, 62 anos, marido de Alice, comentou: "Não sei o que aconteceu, mas acredito que ela tenha tentado defender a patroa. Alice tinha um coração enorme."

Diogo Fernandes, de 27 anos, filho do meio de Alice, estava inconsolável. Chorando muito, ele contou que sempre deixava a mãe no trabalho: "Ontem mesmo eu dei um beijo na testa dela e falei que mais tarde ia buscá-la. Quando deu umas 15:30h, comecei a ligar, ligar e nada dela me atender. Chegando no prédio, vi as ambulâncias e percebi que tinha acontecido alguma coisa com a minha mãe."

Ele afirmou que viu as imagens das câmeras de segurança e que havia dois rapazes de boné que foram autorizados a entrar: "Minha mãe de coração bom, dona Martha, também. Elas autorizaram que eles entrassem. Pelo que falaram, eram os pintores que fizeram o serviço na casa da dona Martha há mais ou menos um mês. Eles tinham pela escura, estavam de boné. A filha da dona Martha, dona Leonora, contou que esses homens estavam coagindo, contando historinha triste e pedindo mais dinheiro. Aí minha mãe foi trabalhar normalmente e aconteceu tudo isso aí. É muita maldada fazer isso com duas mulheres indefesas", disse aos prantos.