Alan Campos foi filmado discutindo com indígenas em Mangaratiba Reprodução

Rio - Circula nas redes sociais um vídeo em que o prefeito de Mangaratiba Alan Campos da Costa, conhecido como Alan Bombeiro, discute com indígenas. O caso aconteceu nesta terça-feira (14), no Parque Estadual Cunhambebe, Área Proteção Ambiental (APA) desde junho de 2008. Nas imagens, o prefeito reage e anda rapidamente ao encontro de um indígena que o chamou de "ladrão". No caminho, Costa empurra uma mulher e pede para que um dos indígenas abaixe a flecha.
Segundo a Prefeitura de Mangaratiba, o vídeo está circulando de forma editada e Campos "apenas se defendeu" após ter sido "ameaçado" e "caluniado". Conforme o município, o prefeito cumpria uma ordem judicial no parque e alegou que o local teria invadido pelos indígenas no último dia 13 de maio, tanto em nota – no qual caracterizou como "grilagem de terras" – quanto em vídeo publicado na sua rede social, no dia 22 do mesmo mês.
Turymatã, liderança Pataxó e diretor da União Nacional Indígena (UNI), diz que o prefeito deslegitimou os indígenas. "Nós ocupamos essa área, porque nós recebemos um chamado através dos nossos Encantados de que essa era uma área que estava sendo muito desmatada por especulações [imobiliárias] e empresas", explica. Para ele, Alan Bombeiro recebe pressão de empresários da região, principalmente donos de imobiliárias.
A prefeitura também alegou que estava no Parque Estadual hoje para checar uma denúncia sobre a abertura ilegal de uma estrada dentro da APA. Turymatã afirmou que os indígenas estavam fazendo uma limpeza da estrada para que os carros pudessem ficar mais seguros dentro do território.
"O próprio nome de Mangaratiba, do município, fomos nós que demos, da língua tupi dos povos indígenas do Brasil. Muitas pessoas [do município] têm nos recepcionado bem, mas há há uma falta de conhecimento muito grande em outras, e nós estamos aqui exatamente para quebrar com esse estereótipo", afirma a liderança indígena. 
A prefeitura finalizou afirmando que não há clima de conflito na cidade e que "não irá manifestar nenhum pedido de retratação para os invasores".