Celebração contou com a participação de mais de 8 mil voluntários na construção de painéis com 2 quilômetros de extensãoDivulgação / Renan Otto

Rio – Em celebração ao feriado de Corpus Christi, nesta quinta-feira (16), a cidade de São Gonçalo retornou a tradição de confeccionar os tapetes de sal, após um hiato de dois anos causado pela pandemia. Com o tema "Fraternidade e educação", o tapete foi considerado o maior da América Latina, com dois quilômetros de extensão.
Realizada há 28 anos na cidade, sendo os dois últimos virtualmente, a confecção reuniu cerca de 50 mil pessoas. Para a montagem dos 230 tapetes, que vão da Igreja Matriz de São Gonçalo até o Clube Mauá, a ação teve a participação de oito mil voluntários de diversas paróquias.

O evento contou com a presença do prefeito capitão Nelson (PL) e do Governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que acompanharam todo o trabalho realizado pelos fiéis na montagem dos tradicionais painéis. "Esse espetáculo é lindo de ver. Estou muito feliz de conseguirmos proporcionar de novo aos gonçalenses esse momento único. Esse ano, com a mudança de horário, muitas famílias vieram com seus filhos. Essa união das pessoas é o que precisamos para transformar a cidade", disse o prefeito.

Pela primeira vez na comemoração, o governador ressaltou a importância do evento para o município da Região Metropolitana. "São Gonçalo é uma cidade rica culturalmente e precisamos valorizar isso. O que estamos vendo aqui hoje é uma verdadeira obra de arte. A união das pessoas para fazer esses painéis é um exemplo. A cidade precisa ser conhecida por esse tipo de evento e com isso resgataremos a dignidade da população gonçalense", afirmou.
Neste ano, a mudança do horário da montagem dos painéis pode reunir ainda mais fiéis no local. Pela primeira vez, o tapete pela celebração de Corpus Christi foi feito durante a manhã e a missa foi paracada para às 16h, seguida da procissão.
Para Gustavo dos Santos, 42 anos, a mudança de horário foi ideal para que as crianças pudessem participar da celebração. "Com relação à segurança, ajudou bastante, porque não podíamos trazer nossos filhos quando a confecção do tapete acontecia durante a madrugada. Hoje temos a presença de muitas crianças", disse.
Membro da Igreja Matriz, Jeilson Lima, 41, também comemorou a alteração do horário dos festejos. "A mudança foi uma ótima oportunidade de mostrarmos esse trabalho lindo que é a celebração do Corpus Christi. Agora temos mais tempo para aproveitar esse grande evento", opinou.
Ao longo da manhã, foram realizadas diversas atividades em frente à Igreja Matriz. O evento também foi marcado por apresentações culturais em todo o percurso. Os visitantes puderam aproveitar a exposições, feiras de artesanato e a exposição "São Gonçalo – Território, história e fé", dos curadores, Rui Aniceto Nascimento Fernandes, Guilherme Cavotti, Alex Costa e Silva, Carolina Carvalho e Vanessa Leite.

A exposição foi pensada a partir das atividades do Memorial da Igreja Matriz de São Gonçalo, um projeto entre a Igreja Matriz de São Gonçalo com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde são feitas pesquisas que embasam a obra de recuperação do templo religioso. Ela foi composta por imagens de diferentes épocas de São Gonçalo, da relação entre o catolicismo e a cidade.