Inaugurado em 1971, o interceptor oceânico foi uma das principais obras de saneamento básico realizadas no Rio de JaneiroDivulgação

Rio - A Águas do Rio iniciou, nesta terça-feira (21), a limpeza de uma galeria subterrânea, o Interceptador Oceânico, em toda a Orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio. De acordo com a concessionária, responsável pelos serviços de água e esgoto na Zona Sul, a expectativa é de que mais de 2 mil toneladas de resíduos sejam removidas até março de 2023, pelos 2,4km que percorrem a estrutura de saneamento. O investimento na operação será de R$ 3,4 milhões.
Segundo a concessionária, a previsão é remover o sedimento das paredes de 5,5 m de diâmetro, o que irá aumentara capacidade de escoamento local e contribuir na redução da incidência de fenômenos como línguas negras.
"Estamos falando de uma operação complexa que exige o uso de equipamentos de ponta, logística e nove meses de trabalho de nossas equipes. Nos últimos dois meses, a concessionária realizou a limpeza do interceptor no trecho que passa pelo subsolo do aterro do Flamengo, entre a Glória e Botafogo. Ali, foram removidas mais de 600 toneladas de resíduos. A etapa de Copacabana é muito significativa, pois nunca foi limpa anteriormente, e a expectativa é que mais de 2 mil toneladas de resíduos sejam retiradas", explicou o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini.
Para realizar a retirada dos resíduos do Interceptor Oceânico em Copacabana, a concessionária irá utilizar uma estrutura com três caminhões. Segundo o diretor superintendente da Águas do Rio, Sinval Andrade, o primeiro, estará equipado com uma mangueira de jato d’água de alta potência que vai deslocar os sedimentos depositados nas paredes da galeria subterrânea.
Já o segundo caminhão, com uma bomba de sucção, terá uma dupla função. Ele vai separar, por meio de peneiras, o resíduo sólido do líquido. Toda a água utilizada, será reciclada na própria operação e os sedimentos serão levados por um terceiro caminhão para um aterro sanitário licenciado.
Um novo gradeamento será instalado em tubulações que desembocam no túnel para conter o lixo que acaba parando ali, de forma irregular, obstruindo ainda mais a estrutura. A Águas do Rio irá aumentar a frequência de manutenção para evitar novos acúmulos de resíduos e, desta forma, fazer com que o sistema funcione com um nível mais baixo. Esta ação preventiva irá aumentar a capacidade de absorção de efluentes pelo interceptor.
Interceptor Oceânico
A estrutura de saneamento não se resume à praia de Copacabana. Ao todo, o Interceptor Oceânico tem 9 km de extensão, partindo da Glória até a Estação Elevatória de Parafuso, na altura do Posto 6, estrutura que encaminha os efluentes para o Emissário Submarino de Ipanema. Além do esgoto dos bairros da orla, o Interceptor também capta os dejetos de Laranjeiras, Cosme Velho e Santa Teresa.
Inaugurado em 1971, o interceptor oceânico foi uma das principais obras de saneamento básico realizadas no Rio de Janeiro. A galeria fez parte do projeto de alargamento e urbanização da praia de Copacabana, hoje um dos maiores ícones do turismo mundial.