Jairo Jonathan, de 24 anos, foi morto com um tiro na cabeça nesta segunda-feira em um tremReprodução

Rio - O assassinato do ex-paraquedista Jairo Jonathan, de 24 anos, nesta segunda-feira (27), enquanto estava em um trem, do ramal Santa Cruz, na altura de Deodoro, pode ter sido premeditado. A família alega que o jovem vinha sendo ameaçado por um homem. 

Em entrevista para o 'RJTV', da TV Globo, Priscila Mariano, tia da vítima, contou que o jovem teria se envolvido com uma mulher casada em maio deste ano. Porém, após a descoberta do marido, Jairo passou a ser ameaçado por ele.

"Ele foi ameaçado pelo marido dela. Ela é casada. Por conta de umas brigas que eles tinham constantemente no trabalho, ele (Jairo) foi demitido, ela tinha um conhecimento a mais no trabalho e o relacionamento ia seguir. Ele não tinha problema com ninguém, a gente só sabia desse caso", contou.

A família ainda pediu que a justiça fosse feita, além de afirmar que ainda não foram procurados pela SuperVia após o ocorrido. Gisele, mãe da vítima, contou que espera que a concessionária aumente a segurança dentro das estações e trens.

"Meu filho era um menino amoroso, carinhoso, era um jovem cheio de amigos. Ele tinha um bom relacionamento com todas as pessoas. Eu preciso que a Supervia se manifeste", disse ela.  "Meu sobrinho era trabalhador, ele estava com a mochila, com o uniforme, pega o trem e toma um tiro na cabeça. Justiça, só, é a única palavra", afirmou a tia da vítima.

Jairo Jonathan foi assassinado por volta das 14h, com um tiro na cabeça, enquanto ia para o trabalho. De acordo com testemunhas, um homem encapuzado e de máscara entrou no trem e se sentou próximo a vítima, que estava de fone. Quando a composição parou na estação de Deodoro, o atirador levantou e efetuou disparos contra a vítima, que estava sentada.

Os passageiros que estavam no trem ficaram em pânico e correram para dentro da estação, foi nesse momento, que a polícia acredita que o criminoso tenha conseguido fugir. Além da hipótese levantada pela família, a polícia também acredita que o crime tenha sido premeditado, já que as câmeras de segurança foram tampadas com uma fita adesiva minutos antes do assassinato.

Procurada, a SuperVia informou que, de acordo com o contrato de concessão, a segurança pública dentro do sistema é responsabilidade do Governo do Estado. Os agentes de controle da concessionária não têm poder de polícia para atuar na prevenção ou coerção de ações de natureza criminal, conforme estabelece a legislação e o contrato de concessão.

Família não consegue enterrar em jazigo próprio

Ainda lidando com a morte trágica do ex-paraquedista, a família se diante de outro problema: o enterro da vítima. Donos de um jazigo próprio no Cemitério de Murundu, também conhecido como Cemitério de Realengo, foram cobrados em cerca de R$ 7 mil para conseguirem realizar o sepultamento.

De acordo com Priscila Mariano, o jazigo, que tem como titular uma de suas tias, já foi utilizado outras vezes, mas a família não conseguirá utilizar dessa vez por conta do alto valor.

"O jazigo é nosso e eles estão querendo cobrar uma taxa de quase R$ 3.200 mil de impermeabilização. Nós já vamos ter que pagar R$ 2 mil de funerária, pagar para abrir o jazigo, mas até aí, tudo bem. Eu preciso de ajuda, isso é um absurdo".

Em nota, a concessionária Reviver disse que o serviço, embora não obrigatório, é necessário por conta do "mau estado de conservação do jazigo". Veja a íntegra:  
"A Concessionária Reviver esclarece que a impermeabilização, embora não seja obrigatória, é necessária devido ao mau estado de conservação interna do jazigo. É uma forma de tornar o jazigo salubre e em condições de segurança, sem risco de contaminar o solo e os lençóis freáticos, atendendo o ao Decreto 39094/2014, que institui o Regulamento Cemiterial e Funerário do Município do Rio de Janeiro.

Importante lembrar que o valor cobrado por este serviço varia conforme o estado de conservação da sepultura, mas não impede o sepultamento.

Sobre a transferência de titularidade causa mortis, seguindo o mesmo decreto, é cabível quando o titular dos direitos do jazigo é falecido. De acordo com a consulta aos livros de perpetuidade, o titular é falecido. Quem está vivo é o mantenedor.

Sendo o falecido contemplado no rol de beneficiários original, não há qualquer impedimento para ocorrer o sepultamento.

A Reviver está aguardando o retorno da família à unidade administrativa da Concessionária no Cemitério do Murundu para dar andamento às tratativas e está mobilizada para que o sepultamento e as despedidas ocorram da forma mais acolhedora e humanizada possível."

Por conta do fato, a família precisou procurar um outro cemitério para o sepultamento. Jairo Jonathan será enterrado nesta quarta-feira (29), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. O horário ainda será definido.