Delegado reclamou que a concessionária demora a registrar as ocorrênciasMarcos Porto / Agência O Dia
Delegado critica registros de ocorrências 'precários' da SuperVia
Polícia Civil realizou uma operação de fiscalização em ferros-velhos na Zona Norte do Rio
Rio - Uma operação de fiscalização em ferros-velhos, realizada nesta quinta-feira (30), ficou marcada pela divergência entre a Polícia Civil e a SuperVia, responsável pela operação do sistema ferroviário. Em entrevista ao RJTV, o delegado Felipe Curi criticou a forma que os registros de ocorrências são feitos pela concessionária. Por sua vez, a empresa afirmou que os números apresentados estão corretos.
"Para justificar a inoperância, a ineficiência e a falha na prestação de serviços, a SuperVia estava justificando tudo, ou boa parte dos problemas, no furto de cabos. Para isso, eles faziam, até então, os registros de forma online. Todas as informações passadas nesses registros de ocorrência eram muito precárias. Nós também identificamos um lapso temporal entre a ocorrência do fato e a data do registro, em alguns registros de 30 e 45 dias. Isso inviabiliza a investigação da Polícia Civil", comentou.
Com isso, houve uma mudança e os funcionários da concessionária precisarão registrar furtos e roubos de materiais do sistema ferroviário presencialmente. "Agora, só poderão ser feitos de maneira presencial com a oitiva (o termo de declaração) do funcionário que constatou o furto e a preservação do local para que a gente possa fazer a perícia", informou Felipe Curi.
Por fim, o delegado destacou que a SuperVia tem apresentado números inflacionados de ocorrências envolvendo furtos de cabos em relação ao verificado nos registros. "Eles alegam que, no mês de junho, até ontem (29), eram 174 ocorrências. Só que, de fato, a Polícia Civil registrou somente 64 ocorrências nos polos de registro que foram criados", concluiu.
De janeiro deste ano até o último domingo (26), a SuperVia registrou 919 ocorrências de furtos de cabos de sinalização do sistema ferroviário, totalizando 56.949 metros de fios roubados. No primeiro semestre de 2021, foram feitos 364 registros, 60% a menos, e um total de 14 mil metros levados por criminosos, cerca de quatro vezes menos em relação ao ano seguinte.
Em nota, a SuperVia afirmou que os números informados com relação ao roubo de cabos estão corretos e todas as ocorrências são comunicadas às autoridades. "Os registros de furto de cabos são todos feitos na Polícia Civil, em atenção ao ato normativo publicado por essa entidade policial, que indica as delegacias com atribuições para este fim."
A SuperVia também informou que "todas as ocorrências de furtos de cabos são informadas, diariamente ao Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR-RJ), desde o momento em que a SuperVia passou a integrar o time de operações do local".
Operação em ferros-velhos na Zona Norte do Rio
A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (30), uma operação para fiscalizar ferros-velhos em diversos bairros da Zona Norte do Rio. De acordo com a instituição, o objetivo é combater o furto e a receptação de equipamentos de concessionárias de serviço público, como a SuperVia. Duas pessoas foram presas por furto de energia e receptação durante a ação.
Ao todo, dez estabelecimentos foram fiscalizados nos bairros de Vicente de Carvalho, Cordovil, Cavalcanti, Colégio e Parada de Lucas, na Zona Norte. As investigações apontaram que esses locais são possíveis fornecedores de grandes recicladoras. Sendo assim, são os primeiros a adquirir os materiais roubados das empresas que prestam serviço público. Além disso, ficam situados em áreas de maior incidência desses crimes.
A Polícia Civil informou que a operação pretende coibir a ação de criminosos que recebem cabos de cobre e outros equipamentos roubados. Segundo a instituição, esses crimes "afetam a continuidade da prestação de serviços essenciais e geram sérios transtornos e riscos à população em geral".
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