O Teleférico beneficiava 10 mil moradores Divulgação

Rio - Depois de mais de cinco anos parado, o Teleférico do Alemão está retomando as obras estacionadas em 2016 para atender o Complexo do Alemão, na Zona Norte. Iniciada em março, a reforma significa para a população local mais agilidade, barateamento e acessibilidade na locomoção, além de mais empregos. Das 100 pessoas empregadas nas obras, 70% são moradores das comunidades do entorno. 
Uma dessas pessoas é José Cláudio Gomes, de 56 anos. O servente de obras é morador da comunidade há 30 anos e se emociona ao falar de como tem sido trabalhar em prol da região. “Eu estava desempregado há oito meses e, quando soube que o teleférico entraria em obra, me candidatei para trabalhar aqui. Tem sido muito bom fazer parte dessa obra que vai trazer tantos benefícios para a minha comunidade”, disse.
Além dele, trabalha também Jorge Cavalcante de Albuquerque, de 54 anos. Morador de Nova Iguaçu, o mestre de obras estava há um ano e seis meses desempregado quando foi chamado para trabalhar na reforma da estação de Bonsucesso. “Estou muito feliz de poder voltar a trabalhar. O retorno das atividades da construção civil é muito importante para quem trabalha nesta área, são mais oportunidades se abrindo”, disse. O Teleférico conta com mais cinco estações além da de Bonsucesso: Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Fazendinha.
Com 35% das obras concluídas, os 10 mil moradores que se beneficiavam diariamente do Teleférico já fazem planos. A aposentada Marta Oliveira Marques, de 62 anos, é um deles: "Estou ansiosa para voltar a ver amigos e familiares no Morro da Baiana. Não os vejo há quase um ano", comentou Marta, que comemorou também a melhoria da mobilidade: “muitos idosos estão sem fazer fisioterapia porque não têm como descer. Jovens deixam de fazer cursos pela dificuldade de circular na região. Com o teleférico de volta, os moradores vão poder circular pelo complexo com mais facilidade".
As obras em Bonsucesso estão em 78% de sua execução, enquanto a estação da Baiana atingiu 43% e a do Alemão, 19%. Já a estação do Adeus se encontra em 17%. As obras na estação do Itararé começaram no último dia 18, enquanto a da Fazendinha está marcada para a próxima segunda, no dia 1º de agosto.
Entre as intervenções, estão a recuperação das instalações hidráulicas e sanitárias, os sistemas elétricos, de iluminação e controle, o ar-condicionado, as coberturas, revestimentos, acabamentos e outras mais, orçadas em R$ 16,9 milhões. A próxima fase de recuperação e atualização dos equipamentos aguarda R$ 150 milhões de investimento. Ao final, a Secretaria de Transportes lançará a licitação para operar o Teleférico.
A retomada significa também uma viagem mais barata e mais rápida para os moradores. "A gente leva mais tempo para chegar em casa e ainda tem que pegar duas conduções às vezes. Muita gente não pode pagar um transporte mais caro. Nossa comunidade precisa do teleférico", explicou o morador de Bonsucesso, Paulo Roberto, contente com as obras no Teleférico.
O Teleférico do Alemão foi inaugurado em julho de 2011. Com seus 3,5 quilômetros e 152 gôndolas, o projeto custou R$ 253 milhões aos cofres públicos, mas ficou quase metade de sua vida em estado de abandono.
"O teleférico estava parado desde 2016. Isso é um desrespeito ao cidadão e ao dinheiro público. Assumi um compromisso com a comunidade e estamos cumprindo. Este equipamento trará de volta a facilidade para o morador circular e vai recuperar o retorno dos serviços que estavam instalados nas estações”, disse o governador Cláudio Castro, que fechou um acordo em novembro do ano passado com a empresa francesa Poma para a reativação do teleférico. É a empresa francesa quem cuidará da próxima fase da revitalização.
No futuro, o Governo do Estado pretende implantar serviços nas estações, como o Detran, além de ações de meio ambiente e esportivas.