Os dois irmãos viviam amarrados no pequeno quarto da casaDivulgação

Rio- De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, nesta sexta-feira (29), a mãe e os dois filhos mantidos em cárcere privado há 17 anos, em Guaratiba, Zona Oeste, apresentam quadro de desidratação e desnutrição grave, porém já foram estabilizados. A secretaria aponta ainda que estão recebendo os cuidados necessários, além do acompanhamento dos serviços social e de saúde mental. Os três foram encaminhados, na quinta-feira (28), para o Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande.
O quadro de desnutrição e desidratação apesar de trágico, não é novidade: “tinha um senhorzinho chamado Tião que passava todo dia em frente à casa e deixava uma sacolinha de pão com os meninos, para ver se eles pegavam. O homem pegava e jogava o pão fora, porque era para eles não comerem”, contou Pedro de Jesus, comerciante. Tião é Sebastião Gomes da Silva.
Ao g1, Sebastião contou que um dia antes, na quarta-feira (27), chegou a oferecer comida às vítimas. “As crianças ficavam presas, amarradas. Na quarta-feira, eu trouxe pão, mas a mulher contou que o Luiz viu e jogou fora, contou que ele queria bater nela, que achou ruim, e que eles não comeram nada”, explicou.
Na quinta (28), ele teria retornado e oferecido uma fruta para a menina de 22 anos. “A menina pegou hoje aqui, a bichinha pegou a banana e comeu com casca e tudo. Ela estava com muita fome”, relembrou ao G1.
Também na quinta (28), o Capitão William Oliveira do 27º BPM (Santa Cruz) afirmou que assim que as vítimas foram resgatadas, ele ofereceu água e comida, mas a mãe negou: “ele [o acusado] não deixa eles comerem”. O capitão afirma ainda que não imaginava que os jovens fossem maiores de idade, devido a sua compleição física.