Caso aconteceu na Rua Leonel Rocha, em Guaratiba, Zona OesteDivulgação
Família mantida em cárcere por 17 anos, em Guaratiba, recebe alta de hospital
Luiz Antônio Santos Silva, que torturava a mulher e os dois filhos, foi preso; Segundo a PM, mãe revelou que filhos nunca viram a luz do dia
Rio - Mãe e filhos mantidos em cárcere privado por 17 anos receberam alta do Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Os três deram entrada na unidade com quadro de desnutrição e desidratação grave, mas foram estabilizados e liberados nessa sexta-feira (29). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a partir de agora, eles receberão acompanhamento e tratamento psicológico por meio do Centro de Atenção Psicossocial.
Os três foram encontrados numa pequena casa na rua Leonel Rocha, em Guaratiba, também na Zona Oeste. O cenário parecia de filme de terror: pouca luminosidade e condições deploráveis, com acúmulo de lixo, fezes no chão, colchões rasgados e muita sujeira nas paredes.
"A mãe falou que eles nunca tinham visto a luz do dia", afirmou o capitão William Oliveira, do 27º BPM. "Quando me deparei com a situação, imaginei que fossem crianças, pela compleição física. Eles estavam com os pés amarrados quando chegamos", explicou.
Policiais militares foram até a casa após uma denúncia anônima. Luiz Antônio Santos Silva foi preso por agentes do 27º BPM e levado para o presídio de Benfica, onde esperará pela audiência de custódia. Ele vai responder por sequestro ou cárcere privado, maus-tratos e crime de tortura. A 43ª DP (Guaratiba) investiga o caso.
Segundo a denúncia, o homem tinha o apelido de DJ na localidade por colocar música alta para abafar os gritos de socorro das vítimas. O rapaz, de 19 anos, e a moça, de 22, têm transtornos mentais.
Primeira denúncia há dois anos
A Corregedoria-Geral de Polícia Civil instaurou um procedimento, nesta sexta-feira (29), para apurar o motivo das autoridades públicas não terem avançado na investigação a respeito de uma denúncia feita a respeito do caso, em 2020.
Segundo a polícia, as investigações tiveram início há dois anos, quando o caso foi registrado na 43ª DP (Guaratiba). Na sequência, foi encaminhado à 36ª DP (Santa Cruz) para apuração dos fatos. O inquérito foi enviado três vezes ao Ministério Público para providências. A última vez que retornou foi em maio deste ano.
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