Casa onde a mulher e os dois jovens foram resgatados pela PM é pequena e estava cheia de lixo e fezesDivulgação

Rio - A mulher de 40 anos, que passou os últimos quase 20 anos em cárcere privado na companhia dos filhos, deu entrevista à TV Globo e relatou os horrores vividos no pequeno quarto da casa na rua Leonel Rocha, no bairro da Foice, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. Segundo ela, além da privação de comida e água e ameaças constantes de morte, os três eram frequentemente agredidos com uso de fios e pedaços de madeira.
"Ele nos batia com fios, enquanto estávamos amarrados. Não tinha televisão, água e nem comida. Ele sempre foi agressivo, mas, com o decorrer dos anos, tudo foi piorando mais. Dizia sempre que ia matar a todos nós, seja enforcando ou quando nos batia com um pedaço de madeira", disse ela, que está na casa de parentes com os filhos.
Segundo a irmã, os sobrinhos nunca viram ninguém na vida, além da mãe e do pai, e, até por ambos serem portadores de transtornos mentais, esse convívio tem se mostrado difícil nesse começo. Por não ter notícias da vítima nos últimos 17 anos, a irmã conta que achou que ela já tivesse morrido.
A mulher relata que, em 2020, o Conselho Tutelar e agentes da Clínica da Família da região foram até o imóvel. Esses últimos cadastraram os três e disseram para o agressor levá-los à Clínica para consultas, o que nunca aconteceu.
Os pedidos de socorro eram abafados pelo som alto que o agressor colocava. Por esse fato, Luiz Antônio Santos Silva era chamado na vizinhança de "DJ". O agressor permanece preso em Benfica e tem sua audiência de custódia marcada para este sábado (30) para saber se continua preso.