Diretora Lilia Lima ao lado do companheiro Alcino Jorge, ambos presos por desviar verbas da EducaçãoReprodução/ Redes Sociais

Rio - Policiais da 11ª DP (Rocinha) prenderam, nesta quarta-feira (3), a diretora de uma creche na Rocinha, na Zona Sul do Rio, identificada como Lilia dos Santos de Lima, e o companheiro Alcino Jorge Leal da Silva. Os dois foram alvos da Operação Desfralde, realizada na quinta-feira (28), contra desvios de verbas na área da educação e eram considerados foragidos.
Segundo a delegada titular que coordenou a prisão, Flávia Monteiro, o casal foi localizado após troca de informações entre o setor de inteligência. Eles estavam na comunidade onde a instituição funciona e não ofereceram resistência à prisão. Lilia e Alcino foram levados para a sede da Polícia Federal, no Centro do Rio, e já estão à disposição da Justiça.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Lilia teria movimentado R$ 6.217.531 de forma suspeita, entre 2018 e 2021, sendo identificado que parte desta quantia seria proveniente de programas federais de apoio à educação.

Suspeita-se que a investigada tenha falsificado documentos para forjar o número de crianças atendidas pela instituição e garantir o aumento de repasses de verbas públicas. Além de figurar como principal beneficiária das transferências bancárias, a diretora realizou diversas movimentações em favor de seu companheiro, utilizando-se dos valores para realizar viagens de lazer e compras de artigos incompatíveis com o consumo de uma instituição de educação infantil como bebidas alcóolicas, cigarros, remédio para controle de colesterol, perfume importado e até composto natural para aumento de libido.
Em um vídeo gravado por Lilia, em 2020, é possível ver a diretora incentivando doações de moradores para a creche. Veja o vídeo:
Uma ordem judicial também determinou o sequestro do imóvel em que funciona a creche e seu uso pela Secretaria Municipal de Educação, que apoiou a investigação, de modo a não interromper o atendimento prestado às crianças da comunidade.

O casal foi indiciado pelos crimes de peculato e estelionato majorado, cujas penas somadas podem chegar a 18 anos de reclusão.