Vida da juíza Patricia Acioli será retratada em um documentárioReprodução

Rio - A história de vida da juíza Patrícia Acioli, assassinada em agosto de 2011, será retratada em um documentário. O filme "Patrícia Acioli, a juíza do povo" irá contar a história da magistrada que foi executada por PMs do 7º BPM (São Gonçalo) em 11 de agosto de 2011, quando era titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Patrícia foi morta quando chegava em casa, em Piratininga, Região Oceânica de Niterói. 
Com direção e roteiro do jornalista Humberto Nascimento, primo da magistrada, o filme conta detalhes da vida pessoal, familiar e profissional da juíza, além de mostrar os bastidores da investigação que condenou 11 PMs do 7º BPM. 
Embora seja um documentário, o filme também irá trazer encenações. A juíza é interpretada pela atriz Maíra Porto, enquanto o papel dos assassinos ficou com atores Lucas Toledo e Pablo Marcell. O projeto do longa-metragem foi um dos vencedores do 2º Edital de Fomento ao Audiovisual da Prefeitura de Niterói de 2019. Por conta da pandemia, as gravações só foram iniciadas no final de 2021.  
A pré-estréia do documentário está marcada para o dia 11 de agosto, onze anos após o crime, na Sala Nelson Pereira dos Santos, em São Domingos, Niterói.
Punição para os autores do crime
Patrícia Acioli foi executada com 21 tiros em uma emboscada. Os dois calibres das armas usadas no crime (ponto 40 e ponto 45) eram de uso restrito da polícia.
Patrícia tinha 47 anos e atuava na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Ela era considerada "linha dura" e foi responsável pela prisão de cerca de 60 policiais ligados a grupos de milícia e de extermínio. A juíza estava jurada de morte, recebia ameaças regulares e chegou a ter proteção policial de 2002 a 2007, no entanto, a mesma foi reduzida aos poucos, sob alegação de não haver risco iminente.
Ao todo, 11 policiais militares do Batalhão de São Gonçalo foram denunciados pelo crime. O tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira e o tenente Daniel Santos Benitez Lopez tiveram as penas mais altas. Cada um foi condenado a 36 anos de prisão. 
Ambos cumprem pena na Unidade Prisional da PM em Niterói. Por conta de uma decisão judicial, Cláudio e Daniel ainda não foram expulsos da corporação e seguem recebendo seus salários
Além de Cláudio e Daniel, Charles Azevedo Tavares, Alex Ribeiro Pereira e Sammy dos Santos Quintanilha foram condenados a 25 anos de prisão em regime fechado.
Já Carlos Adílio Maciel dos Santos foi condenado a 19 anos e seis meses de reclusão, enquanto Jefferson de Araujo Miranda teve pena de 26 anos. Jovanis Falcão foi condenado a 25 anos e seis meses de reclusão; Junior Cezar de Medeiros teve pena de 22 anos e seis meses, enquanto Sérgio Costa Júnior recebeu a sentença de 21 anos de reclusão.
Por fim, Handerson Lents Henrique da Silva recebeu pena mais leve: quatro anos e seis meses em regime semiaberto por violação de sigilo funcional qualificado. Na época, ele teria indicado o endereço da magistrada. Os outros nove policiais eram praças e foram expulsos da corporação.