Projeto Esporte Presente na Cohab de RealengoDivulgação
Projeto Esporte Presente leva saúde e alegria para a Cohab de Realengo
Campo ganhou apelido de ‘Maracanã da Cohab’ e se transformou em point, reunindo famílias diariamente
Quem não mora na Cohab de Realengo, por mais que ouça falar do projeto Esporte Presente realizado no campo, não consegue ter uma ideia real do quanto transformou a realidade da comunidade. Aliás, "campo" é passado. Desde quando o Governo do Estado investiu na ação, os moradores rebatizaram o local, que virou o "Maracanã da Cohab". E a grandiosidade da iniciativa pode ser conferida todos os dias, na parte da manhã e à noite, quando crianças, adultos e idosos se exercitam e se divertem em diversas modalidades.
No entorno, quem não é de se exercitar acompanha o movimento, os filhos ou simplesmente relaxa tomando uma gelada em um dos quiosques na praça. Um dos módulos do Bairro Presente instalado ao lado garante também a segurança.
- Melhorou a saúde, o convívio e a forma de a gente encarar a vida. Transformou comportamento, transformou tudo - conta a aposentada Regina Maria do Nascimento, de 64 anos, que era sedentária, sofria de síndrome de ansiedade, depressão e se recuperou das graves sequelas da Covid-19 que comprometiam sua mobilidade, no circuito funcional e nas aulas de zumba, sempre muito animadas.
Uma das coordenadoras do projeto, Mariane Rarmouche, lembra que o campo de grama sintética já foi um grande terreno de saibro e areia abandonado, que incomodava muito os moradores quando alguma atividade física acontecia ali. Eram recorrentes também casos de alergia e crises respiratórias nas crianças em função da poeira.
- Havia reclamação constante, pois levantava muita poeira e invadia os apartamentos no entorno. A grama sintética colocou um ponto final no problema e marcou uma nova fase – lembra Mariane.
Menino de 11 anos jogou futebol pela primeira vez
São cerca de 200 crianças e adolescentes frequentando diariamente aulas de futebol, jiu-jitsu, judô e muay-thai. Como Cauã Matheus, de 11 anos, filho de Jaqueline Márcia, que nunca tinha jogado futebol antes do projeto.
- Ele só se divertia com a bola na pracinha, com o pai. No início não queria vir, dizia que não sabia jogar. Com a ajuda dos professores e dos amigos ele evoluiu muito e agora ama futebol, quer ser jogador - diz Jaqueline.
Aline Cunha de Barros, mãe de Olívia Barros, de 9 anos, que está na turma de jiu-jitsu, diz que ficou surpresa ao descobrir o amor da filha pelas lutas.
_Ela gosta muito, não perde uma aula e quer lutar o tempo todo, inclusive em casa, com o pai e o irmão. Influenciou positivamente também em seu desempenho escolar e de quebra, a ajudou a perder peso, que era outra preocupação - explica a mãe.
Izabelle Barreto, 14 anos, que também faz aulas de jiu-jitsu, se empolga ao falar das aulas.
- É muito bom, fico ansiosa esperando as aulas começarem. Fiz muitos amigos aqui e estou amando lutar. Quero me dedicar, melhorar cada vez mais.
Quem também não gosta de faltar ao treino é João Guilherme Vicente, 11 anos.
_ Está sendo muito importante para toda a família. É uma opção pertinho de casa, com ótimos professores e de graça. João Guilherme espera ansiosamente pelas aulas e os benefícios vão além da prática de uma atividade física, pois ele está interagindo melhor com as pessoas, fazendo amigos – explica Jorge Luiz Braga de Campos, o pai de João Guilherme.
Projeto estimula sonhos da garotada
O projeto abriu portas para as crianças que sonham em seguir a carreira de jogador, como Vitor Hugo Gomes Ribeiro, 11, atleta federado do Campo Grande Atlético Clube, e Kauã Tavares, da mesma idade, que treina Sport Club Boa Vista.
- Treinamos todos os dias aqui e jogamos em equipes opostas, em competições organizadas pelos professores. Isso nos motiva muito - afirma Kauã.
A equipe de profissionais, formada por ex-atletas e educadores físicos que conquistou a turminha, conseguiu também desenvolver um projeto inclusivo que vem surpreendendo pais de crianças portadoras de deficiência e quadros de transtornos. Familiares e psicopedagogos comemoram evoluções no desenvolvimento global, físico e intelectual, inclusive no desempenho escolar, como conta Amanda Motta, mãe de Iago, que tem TDAH, e Robert, portador do espectro autista. Os dois são matriculados na escolinha de futebol.
- O projeto está sendo fundamental para o desenvolvimento da parte motora e intelectual. Antes das aulas, Iago mal conseguia chutar. Robert também tinha limitações. Passaram também a interagir mais – destaca a mãe.
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