Conselho de Ética aprovou relatório final que pede cassação do mandado de Gabriel Monteiro e decisão será tomada no plenário da Câmara, nesta quinta-feiraVanessa Ataliba/Agência O Dia
A acusação de abuso contra criança diz respeito a um vídeo publicado pelo próprio ex-PM em seu canal de YouTube, em novembro do ano passado. Nas imagens, o parlamentar aparece fazendo carícias e beijando o pescoço de uma menina, em situação de rua, por duas vezes. O vídeo foi alvo de recomendação do Ministério Público do Rio (MPRJ) para que o parlamentar retirasse o conteúdo do ar.
Durante sua fala à comissão de ética, Monteiro diz que não havia "ânimo sexual" na sua ação com a menor. "Eu acho que está bem claro que eu não agi com nenhum ânimo sexual. Eu não fico falando isso, mas poxa a criança estava com um odor bem forte porque estava na rua. Se eu fosse cometer uma pedofilia, não seria na frente da câmera e eu não iria publicar isso", afirmou o ex-PM.
Ao contrário do que disse o parlamentar, o ex-assessor e editor de vídeos do político Mateus de Souza de Oliveira disse em seu depoimento que considerava o ato um abuso. "Ele abusou ali, entendeu? No sentido de... Ficar acariciando a garota... Eu não sei se é uma forma de carinho do Gabriel até, mas não é normal, entendeu? Então a gente evitou colocar muita parte", disse Oliveira.
O conteúdo do vídeo teria provocado até uma briga do parlamentar com a equipe, que não aprovava a atitude. "Nesse vídeo a gente até teve uma briga ali com o Gabriel, que o Gabriel falou que aquilo era normal, era um carinho, que era pra menina se sentir mais à vontade, entendeu? Até o próprio Rick (Dantas) falou: 'Não faz isso não, cara. Isso vai pegar mal'. Ele acabou deixando um trechinho só", comentou.
A decisão sobre o futuro de Gabriel Monteiro na Câmara dos Vereadores será tomada nesta quinta-feira (18), quando os parlamentares da casa decidirão pela cassação ou não do seu mandato. Nesta segunda-feira, mesma data limite para apresentação da defesa, o parlamentar recorreu do relatório da Comissão de Ética pedindo a sua cassação à Comissão de Justiça e Redação. O recurso deve ser avaliado em reunião nesta quarta-feira.
Gravação de vídeos de sexo
Durante seu depoimento, Gabriel Monteiro também se defendeu da acusação de ter filmado a prática sexual com uma menor de idade. A prática, pela qual o vereador já é réu, é um dos pontos citados pelo relatório da Comissão de Ética como agravantes no processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.
Segundo o ex-PM, ele tinha o costume de gravar as relações por medo de que suas parceiras o denunciassem por estupro. "Eu tinha muitos vídeos sexuais. Eu comecei a fazer isso por preservação. Eu ficava com medo de alguém falar que eu estuprei. Eu sempre pedia para as meninas que eu ficava se eu podia filmar", justificou Monteiro.
Candidatura à vaga de deputado federal
Apesar da eminente cassação de seu mandato, Gabriel Monteiro, que é filiado ao PL-RJ, pode conquistar vaga de deputado federal pela legenda nas eleições de outubro. O vereador é pré-candidato pelo partido, que também é a legenda do atual presidente Jair Bolsonaro.
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