Rio - 27/08/2020 - O Advogado de Monique, mãe do menino Henry Borel chega na Penitenciária Instituto Penal Santo Expedito para a soltura dela. Mas sem previsão de ocorrer. Pedro Ivo/Agência O Dia

Rio - Leniel Borel, pai do menino Henry, se mostrou revoltado com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de soltar Monique Medeiros, acusada de matar o menino de quatro anos com o ex-companheiro, Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho. A decisão foi tomada pelo ministro João Otávio de Noronha.

Por causa desta determinação, Monique pode ser solta a qualquer momento. Para o pai do menino, a decisão de libertar Monique foi arbitrária e monocrática.
Em entrevista ao O DIA, Leonel disse acreditar que Monique não tem as condições necessárias para aguardar o julgamento em liberdade. “Já existem decisões na primeira e segunda instâncias favoráveis à manutenção da prisão de Monique, que é uma criminosa. De repente, um ministro, de maneira unilateral, confessando inclusive que nem leu o processo, resolve colocá-la em liberdade. A sensação é de revolta, de impunidade, de que estamos em meio a uma barbárie”, desabafou Leniel.


O engenheiro ainda pontuou que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), entendeu que a professora deveria permanecer na cadeia. "Agora, através da minha assessoria de acusação, estou buscando que o Ministério Público de Terceira Instância se posicione junto ao STJ para reverter esta situação", explicou. Fabio Vieira, promotor responsável pelo caso na primeira e segunda instância também afirmou em entrevista ao O Dia que Monique deveria permanecer presa: “ A minha visão é de que ela deve permanecer presa porque é acusada de coagir testemunhas e pelo impacto de um crime desta gravidade na ordem geral da sociedade” afirmou ele. 
Relembre o Caso

Monique foi denunciada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) de ser coautora do assassinato de Henry por permitir que Dr. Jairinho agredisse a criança. No laudo pericial aparecem vinte e três lesões, além da indicação de que Henry morreu em decorrência de hemorragia interna e laceração no fígado causadas por ação contundente.

Atualmente, Jairinho cumpre prisão preventiva na Cadeia Pública Pedrolino Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó. Ele é indiciado por homicídio triplamente qualificado. Por causa do crime, em 30/06/2021, a Câmara dos Vereadores determinou a cassação do mandato do político.