A jovem Tauane Kelly, com Marlei dos Santos Jesus, no batizado, antes de serem baleados dentro de casaFoto: Agência O Dia

Rio - A jovem Tauane Kelly do Nascimento, de 21 anos, baleada dentro de casa na comunidade do Grão Pará, no último sábado (27), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, deverá passar por nova cirurgia para corrigir as fraturas no braço direito, causadas pelos tiros. Ela segue internada no Hospital da Posse, na mesma cidade. Na ocasião, o namorado dela, Marlei de Jesus Santos, de 17 anos, também foi atingido e acabou morrendo. Ela corre risco de perder os movimentos da mão.
Mãe da jovem, Cátia Helena, de 37 anos, contou que a filha segue desolada com a perda do namorado e se queixa de muitas dores. Um dos motivos seria a falta do medicamento Tramadol, que ajuda a aliviar o sofrimento. Segundo ela, nesta quinta-feira (01), a jovem estava reclamando muito por estar sem o remédio. A equipe então teria utilizados outros analgésicos e anti-inflamatórios que, segundo a mulher, "não estariam fazendo o mesmo efeito".
"Falei com a minha filha ontem e ela reclamou muito de dor. A equipe falou que não tinha o Tramal para dar para ela. Depois, fiquei sabendo que deram dipirona, que não faz o mesmo efeito. Sem esse remédio, ela não consegue descansar." 
Procurada, a assessoria do Hospital da Posse informou que a informação não procede. A instituição admite que pode haver alguma demora na administração do medicamento, devido à superlotação na unidade, porém o estoque deste e outros medicamentos para dor está regular. 
A mãe desmente a versão do hospital. Ela contou que a equipe teria conseguido apenas alguns comprimidos do fármaco, o que não seria suficiente para controlar o sofrimento da jovem. 
Outro drama na vida de Tauane seria a expectativa pela recuperação completa da mão. Segundo a mãe, ela fazia bicos como cabelereira, e uma sequela no membro poderia atrapalhar os trabalhos da filha.
"O psicológico dela e o meu estão abalados. Às vezes eu me pergunto por que isso tudo está acontecendo com a gente. Minha filha está preocupada sobre como vai sustentar a minha neta, depois que o Marlei foi embora. Se a mão não ficar boa, como ela vai trabalhar?", lamentou a mulher. 
Antes do fechamento dessa reportagem, a mãe da jovem entrou em contato informando que "o hospital disponibilizou morfina para Tauane, para combater as dores".