Reunião do MP-RJ com a CPI da Intolerância ReligiosaAlessandro Valetim

 Rio-O Ministério Público dará atenção especial na investigação de crimes de intolerância religiosa, diante do aumento do número de denúncias de casos de discriminação no Estado do Rio. O compromisso foi assumido durante reunião realizada na tarde desta segunda-feira entre o Procurador-geral da Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, o relator da CPI da Intolerância Religiosa na Alerj, Átila Nunes; o presidente da OAB-RJ, Luciano Bandeira e o presidente da Comissão de Intolerância Religiosa da OAB-RJ, Arnon Velmovitsky, além da delegada da DECRADI, Debora Rodrigues.
O crescimento de casos de agressão e ataques à adeptos de religiões afro-brasileiras, acirrado pela disputa eleitoral, mostrou a necessidade de ter profissionais do MP preparados para lidar com esse tipo de situação.
Durante o encontro foi citada a denúncia feita por uma umbandista, que ao sair de um terreiro e entrar num carro de aplicativo para voltar para casa, foi surpreendida pelo motorista ao ser expulsa do veículo em frente a uma igreja evangélica. Segundo a vítima, o motorista também fez questão de dizer que “este local irá ajudá-la a se livrar dos demônios”.
"Ela procurou a Decradi para registrar a denúncia de intolerância religiosa, mas o inquérito foi tratado pelo MP como se fosse apenas um caso de quebra de contrato pelo aplicativo, desconsiderando todo o constrangimento que a vítima sofreu por exercer a sua fé, direito assegurado pela Constituição", contou o relator da CPI da Intolerância religiosa.
A coordenadora geral da Promotoria da Dignidade da pessoa Humana do MP, Patrícia Carvão, se comprometeu a dar atenção especial aos casos de intolerância religiosa.