Enterro do frentista José Belízio da Silva no Cemitério Jardim da Saudade em SulacapFoto: Marcos Porto/Agência O Dia

Rio - O corpo do frentista José Belizio da Silva, de 58 anos, foi sepultado na manhã desta sexta-feira (16), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. José Belizio trabalhava em um posto de combustível na Avenida Tenente Coronel Muniz de Aragão, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, e foi atropelado enquanto auxiliava a motorista de um carro automático a entrar na valeta para fazer a troca de óleo. A mulher teria perdido o controle do veículo e atingido o funcionário no peito. 
José era morador da comunidade César Maia, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio, a cerca de 15 quilômetros do posto onde ocorreu o acidente. Ele trabalhava na rede há quatro anos e, como frentista, há mais de 20 anos.  
O homem deixou uma filha de 27 anos e um neto de 6 anos e, inclusive, era o responsável por um irmão mais velho, que necessita de cuidados especiais e morava com ele. Uma amiga da família, que não quis se identificar, resumiu o frentista como "uma pessoa humilde, mas com um coração nobre". Segundo ela, "todos estão desolados com a perda do Zé, como ele era chamado".
Questionada se recebeu auxílio após a morte de José Belízio, a família preferiu não se manifestar. Os parentes se limitaram a dizer que as despesas do funeral foram custeadas por um plano funeral contratado - há menos de um mês - pelo homem e por um parente.
Dirigentes do Sindicato dos Frentistas do Rio (Sinospetro-RJ) compareceram ao velório do frentista e segundo o presidente, Eusébio Pinto Neto, o órgão verificou que o posto estava em dia com as obrigações trabalhistas, como o pagamento de seguro de vida, e a instituição "se colocou à disposição para auxiliar a família com o aparato disponível, como o setor jurídico".
Ele acrescentou que acidentes como esse poderiam ser evitados, já que o sistema de valeta é ultrapassado. Segundo Eusébio, neste tipo de troca de óleo, o trabalhador fica exposto em um espaço pequeno que tem um vão aberto no meio e fica vulnerável a um possível erro dos motoristas. Este sistema seria mais comum nas estradas, por causa da manutenção dos caminhões. 
De acordo com a Polícia Civil, a 32ª DP (Taquara) está responsável pelo caso e enviou perícia ao local para coletar material. Por meio de nota, a assessoria informou que a motorista foi ouvida na delegacia e o caso foi encaminhado à Justiça.