Rio tem 920 casos confirmados de varíola dos macacosDivulgação/MS

Rio- A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que, até esta sexta-feira (16), foram confirmados 920 casos e um óbito pela varíola dos macacos (monkeypox) no Rio de Janeiro. Além disso, 115 pacientes são tratados como prováveis. Outros 499 seguem como suspeitos, e 1.530 foram descartados. Quatro pessoas estão em uso de tratamento experimental. No total, o estado notificou 3.064 casos da doença.
A Região Metropolitana I tem 773 desses casos confirmados. Também foram registrados 106 na Região Metropolitana II, cinco na Região Serrana, seis no Médio Paraíba, três no Norte Fluminense, nove na Baixada Litorânea, dois no Noroeste do Estado do Rio e 16 não informados.
Do total de pacientes infectados pela doença, 853 são homens, correspondendo a 92,7%. Além disso, são 662 casos em pessoas entre 20 e 39 anos.
Brasil se prepara para fabricar vacina contra varíola dos macacos
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recebeu na última semana uma matéria-prima para que a instituição desenvolva sua própria vacina contra a varíola dos macacos (monkeypox). O contrato foi firmado diretamente entre o CTVacinas e o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. A previsão é que nos próximos dois a três meses os pesquisadores criem um modelo de produção para o imunizante, que então poderá ser replicado em grande escala e distribuído à população ainda no 1º semestre de 2023.
Com a ajuda do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a equipe do CTVacinas recebeu dois frascos com "sementes" do vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA), que pertence à família da varíola dos macacos e é capaz de produzir uma resposta imune contra a monkeypox. O material é o mesmo utilizado na vacina Jynneos/Imvanex, produzida pela empresa Bavarian Nordic, que é, até o momento, a única responsável por abastecer o mundo todo contra a doença.
Para criar o modelo da vacina nacional, a equipe da UFMG pretende alterar geneticamente essas "sementes" enviadas pelos Estados Unidos e fazer com que o vírus de MVA enfraquecido se multiplique. "Devido à semelhança genética desse vírus com o da monkeypox (varíola dos macacos), ela consegue imunizar contra a nova doença, assim como protegeu contra a varíola humana no passado. É o que chamamos de proteção cruzada", explica Flávio da Fonseca, professor da UFMG.
A partir disso, os cientistas criam uma "receita" de produção que depois poderá ser replicada em larga escala por laboratórios como o Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "O que estamos fazendo é criar o desenvolvimento dessa vacina no Brasil, onde ele nunca foi cultivado. Essa estratégia vai ao encontro do nosso interesse em nos tornarmos autônomos e autossuficientes", aponta Fonseca.
"A nossa parte pode ficar pronta entre dois e três meses, porque não é uma vacina criada do zero, como era o caso da covid, mas sim os parâmetros de um modelo em pequena escala", acrescenta. Concluída esta etapa, ele acredita que o ajuste do modelo à produção em larga escala e a distribuição à população possam ser feitas nos próximos seis meses, se tudo correr como o esperado.