Glaidson, ao lado mulher, Mirelis, segue preso no Complexo de Gericinó, na Zona OesteDivulgação

Rio - A Justiça Federal tornou Glaidson Acácio dos Santos e sua mulher, Mirelis Zerpa, réus em um processo que investiga uma suposta organização criminosa controlada pelo casal.  Outros três envolvidos também foram indiciados: Ricardo Rodrigues Gomes, o "Piloto"; Brynne Ghisoni Gomes, filha de Piloto; e Daniel Aleixo Guimarães, o "Dany Boy".
Com a decisão, a juíza Rosália Monteiro Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal, manteve a prisão preventiva dos envolvidos. Glaidson, o "Faraó dos Bitcoins", está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Já os outros réus permanecem foragidos.
Além de organização criminosa, o grupo também responde por falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, as investigações apontam um "sólido esquema de oferta pública de contrato de investimento, sem registro ou autorização dos órgãos competentes, consistente em captação de recursos financeiros de terceiros para injetar no caixa das empresas gerenciadas e administradas, especialmente, por Glaidson e Mirelis".
O parecer também destaca Piloto, Brynne e Dany Boy como peças fundamentais na estrutura da organização criminosa. Os dois primeiros são acusados de atuar pelo grupo no exterior, montando escritórios para a empresa de Glaidson nos Estados Unidos, comprando um avião para uso do grupo e obtendo um visto de estudante para Mirelis no país.
Já Dany Boy seria responsável pelo pagamento de propina a agentes de segurança pública no Rio de Janeiro. Além disso, ele também atuaria no atendimento das demandas pessoais e profissionais de Glaidson no Brasil.
Foragida nos EUA
Foragida nos Estados Unidos, a venezuelana Mirelis Zerpa entrou para a lista vermelha no livro dos procurados da Interpol no último dia 11 de agosto. Ela é apontada como sócia em esquema de fraude ao sistema financeiro nacional, sonegação, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, após a prisão de Glaidson em agosto de 2021, Mirelis é a responsável pelos negócios do marido e continua fazendo movimentações financeiras milionárias. Ela tem acesso as carteiras de investimentos do grupo e, em um ano, conseguiu fazer diversos e sucessivos saques de bitcoins, totalizando mais de R$ 1 bilhão.