Sérgio Alberto Soares foi prefeito de Itaboraí, na Região Metropolitana, três vezesDivulgação
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime organizado (Gaeco), as investigações tiveram início a partir da delação premiada do empresário Marcelo Traça Gonçalves. Traça teria dito, na época, que "o problema do transporte clandestino em Itaboraí era muito forte" e que, depois de eleito, num mandato entre os anos de 2009 a 2012, "antes do início do mandato [de Soares], houve uma procura por parte do sindicato, por causa da dificuldade em relação ao transporte clandestino em Itaboraí". Ainda de acordo com a delação do empresário, o ex-prefeito "se submeteu às exigências porque a repressão ao transporte clandestino tem influência nos resultados das empresas de ônibus".
Soares, então, aceitou exercer essa função, que já era dever seu devido ao cargo que ocupava, em troca do recebimento de propina no valor de R$ 40 mil por mês, em espécie, quantia que era levada por Traça à Prefeitura ou retirada pelo ex-prefeito nas sedes das empresas.
Ainda de acordo com o MP, Soares ainda teria pedido ao empresário que parte da propina fosse convertida em uma mansão. Na época, o valor da casa foi de R$ 1 milhão e 250 mil. Foi feito o pagamento do sinal de R$ 125 mil e, após o sinal, foram pagas seis parcelas de R$ 54 mil, sete parcelas de R$ 100 mil e uma parcela de R$ 101 mil.
O imóvel foi registrado em nome da empresa de seu amigo e advogado Eraldo Jorge, para dissimular a origem do imóvel. A casa foi vendida, tendo a empresa de Soares e do seu filho, Sérgio Roberto, recebido salas comerciais como parte do pagamento.
A denúncia dá conta ainda de que Sérgio Soares era o líder do grupo, cuidando de todo o funcionamento da atividade. Era ele quem determinava as funções dos outros denunciados e quem dava a última palavra.
O juiz Marcello Rubioli determinou o sequesto de ativos financeiros, imóveis ou veículos até o valor de R$ 4 milhões, além de determinar o bloqueio de contas e bens. Sérgio Soares, Sérgio Roberto e Eraldo Jorge foram denunciados por corrupção e associação criminosa constituída para a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e crime contra a ordem tributária.
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