De acordo com a Secretaria de Conservação, a estátua foi removida nesta quarta da Praça XV, e será instalada na Praça Marechal Âncora após o processo de limpeza e aplicação de protetivoDivulgação

Rio - A Prefeitura do Rio mudou de lugar a estátua de João Cândido, o Almirante Negro, líder do movimento conhecido como Revolta da Chibata, nesta quarta-feira (19). A Secretaria Municipal de Conservação fará o transporte da peça, que foi retirada nesta manhã da Praça XV, onde ficava atrás de uma estação do VLT, e será instalada sobre um novo pedestal cerca de 300 metros adiante, na Praça Marechal Âncora.

A escultura em bronze, assinada por Valter Brito, também vai passar por limpeza e aplicação de resina protetiva. A inciativa atende a um pedido do movimento negro e é considerada uma reparação histórica, pois dá ao monumento o merecido destaque.
De acordo com a secretária de Conservação, Anna Laura Valente Secco, ressaltou a importância de dar o devido destaque a um personagem como João Cândido. "A estátua, depois de instalada na Praça Marechal Âncora, vai ocupar o lugar de honra que o Almirante Negro merece. O novo pedestal é mais baixo, tornando o monumento mais interativo, porque as pessoas poderão ficar mais próximas da peça e fazer fotos”, afirmou.

A Revolta da Chibata foi uma rebelião contra os maus-tratos sofridos pelos marinheiros brasileiros, que aconteceu em novembro de 1910. O movimento queria, principalmente, o fim dos castigos físicos dados a marujos considerados indisciplinados. A punição era aplicada por comandantes brancos em marinheiros que ocupavam postos mais baixos dentro da corporação, grupo formado, em sua maioria, por negros e pobres.

No dia 21 de setembro de 1910, 2.379 marinheiros se rebelaram. Cândido liderou a tomada de quatro navios de guerra na Baía Guanabara contra os abusos ilegais aplicados pelos seus superiores. Os marinheiros foram apoiados pela população e ganharam destaque na imprensa. Durante cinco dias, o país parou para ver a revolta de Cândido. Assim, ele se tornou um dos personagens mais respeitados da história brasileira.

O nome dele está agora no Livro dos Heróis do Estado, onde estão os registros de quem contribuiu para a defesa, o progresso ou desenvolvimento do Rio, do Brasil ou da Humanidade. Além disso, João Cândido foi homenageado e virou o “navegante negro” na música “O Mestre-Sala dos Mares”, de João Bosco e ­Aldir Blanc.