Jiyang Yu foi preso em flagrante por agentes do Segurança Presente e levado para a 19ª DP (Tijuca)Reprodução/TV Globo
"Crimes não praticados com violência ou grave ameaça à pessoa, o que nos impulsiona no sentido da inexistência de adequação-necessidade entre a prisão preventiva e o caso em concreto, sendo despicienda a custódia extrema pretendida pela acusação. Ante o exposto, entendo não mais estarem presentes os requisitos ensejadores da custódia cautelar", escreveu o magistradoem sua decisão.
Jiyang teria rejeitado contratar a vítima para uma vaga de trabalho por causa da cor da sua pele. O caso aconteceu no último dia 20 de outubro, na Rua Dias da Cruz, no Méier, Zona Norte.
Segundo o juiz, a tese da acusação de que o chinês poderia ameaçar ou constranger a vítima e atrapalhar o andamento da instrução criminal não se sustentava.
"Analisando a promoção ministerial e compulsando os autos de ponta a ponta, não vislumbro nada que possa apontar minimamente no sentido de que o acusado solto, possa ameaçar ou constranger qualquer vítima ou testemunha arrolada. Absolutamente nada em concreto indica que tal fato poderá ocorrer, tal argumento, na realidade, configura um exercício de futurologia com resultado improvável", avaliou.
Jiyoug Yu foi preso em flagrante, no último dia 20 de outubro, por policiais do programa Segurança Presente Méier, acusado de praticar racismo contra Beatriz Souza, de 27 anos. A mulher tentava uma vaga de emprego na loja administrada pelo acusado, na Rua Dias da Cruz, mas teve sua candidatura negada.
Para justificar sua escolha, Jiyong teria apontado para o braço de Beatriz, que é negra, e, em seguida, por não falar português, escreveu uma frase no tradutor do telefone: "A mulher tinha uma pele abaixo do padrão, então ela não foi recrutada para o trabalho", dizia a tradução.
A frase na tela do celular do chinês foi fotografada por Beatriz, que procurou, na sequência, a equipe do Segurança Presente. Jiyang Yu foi preso em flagrante e levado para a 19ª DP (Tijuca).
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