Segundo o relato de Daniel, o ônibus da linha Troncal 7 vinha lotado e Charles estava encostado na porta de acesso para cadeirantes. Devido a um problema de manutenção, a porta se abriu no momento em que o ônibus fez uma curva e ele foi arremessado para fora do coletivo. Com a queda, teve traumatismo craniano e perda de massa encefálica.
Charles ainda foi socorrido com vida pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos. Ele trabalhava como auxiliar de manutenção na Volkswagen e se deslocava para o serviço.
Daniel, que é porteiro na empresa ProSegur, foi informado de que o irmão tinha sofrido um acidente grave e se deslocou imediatamente para o hospital. Ao chegar na unidade, no entanto, já o encontrou sem vida. "É muito triste perder um irmão assim. A família está arrasada, estamos sem chão, a gente não sabe o que fazer", disse.
Charles deixa um filho de três anos, esposa e duas irmãs, além do irmão e do padrasto Felisberto da Trindade. Segundo Felisberto, a vítima já havia comentado em casa que o ônibus só andava cheio, com defeitos e que algum dia iria ocorrer um acidente. "A discussão no ponto final que fica na Central é que se formavam quatro filas para as pessoas entrarem e que não havia fiscalização do número de passageiros. Para que fiscal se ele não coloca ordem?", questionou.
A delegada responsável pelo caso, Maria Aparecida Salgado Mallet, da 6ª DP (Cidade Nova), informou que a Polícia Civil solicitou imagens de segurança à empresa de ônibus e que realizará perícia na composição para averiguar o que ocorreu.
O funeral de Charles da Conceição ocorrerá nesta quinta (3) no Cemitério Ricardo de Albuquerque. O velório se inicia às 11 horas na capela C e o sepultamento será às 15:30.
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