Pintor que estava desaparecido após abandonar hospital é encontrado morto no Centro do Rio
Alex de Jesus da Silva, 43 anos, deu entrada desorientado no Hospital Municipal Souza Aguiar, mas saiu da unidade sem alta médica na terça-feira (1º). Ele era procurado pela família
Alex de Jesus da Silva, 43 anos, deu entrada desorientado na unidade na última segunda (31) depois de cair de uma escada dentro de casa - Arquivo Pessoal
Alex de Jesus da Silva, 43 anos, deu entrada desorientado na unidade na última segunda (31) depois de cair de uma escada dentro de casaArquivo Pessoal
Alex deu entrada desorientado na unidade de saúde na segunda-feira (31) depois de cair de uma escada dentro de casa, na comunidade do Terreirão, no Recreio, Zona Oeste. O irmão de Alex, Anderson de Jesus da Silva, disse que um primo foi ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta sexta-feira (4) para checar se havia algum corpo sem identificação. Ele foi informado que um cadáver havia chegado sem documentos e, em seguida, reconheceu Alex por foto.
Abalada com a sequência de erros, tanto no primeiro atendimento em casa, quanto no atendimento no Hospital Souza Aguiar, a família agora quer justiça pela morte do pintor. "Foi uma sequência de erros. Queremos entender como tudo isso aconteceu, como ele conseguiu sair do hospital mesmo desorientado. É um absurdo o hospital não se responsabilizar por ele. Ele era saudável", diz a mulher de Anderson, que também estava ajudando nas buscas.
O irmão de Alex foi ao IML no fim da tarde desta sexta-feira para entregar os documentos e realizar a liberação do corpo.
Relembre o caso
De acordo com o relato da família do pintor, Alex caiu dentro de casa na madrugada de sexta (28) para sábado (29). Uma equipe da Samu foi ao local para prestar socorro, mas o homem teria recusado atendimento. Os profissionais da saúde foram embora, apesar de Alex apresentar graves ferimentos e fraturas, o deixando com a filha de 6 anos e uma babá.
Anderson conta que levou o pintor ao hospital na segunda-feira (31) pois apresentava olho roxo, fraturas no maxilar e estava muito desorientado por causa da queda. Ainda segundo o irmão, ele precisou inventar que iria levá-lo na casa de um tio para colocá-lo no carro e encaminhar ao hospital.
"Eu peguei o carro e vi o estado dele, muito desorientado, e levei para o Hospital Lourenço Jorge, chegando lá, viram que ele tinha múltiplas fraturas do crânio, na face e maxilar também, além de um olho bem roxo. Depois do primeiro atendimento, transferiram ele para o Hospital Souza Aguiar, lá eles atenderam, o médico viu o exame dele e falou que ele teria que ficar internado para, na terça, fazer novos exames, uma comparação e uma drenagem no cérebro. Só que na terça, quando minha prima foi lá, ninguém sabia onde ele estava, só depois que mostraram o prontuário para ela, aí ela viu que ele não tinha dado saída, constava que ele estava internado, mas não estava em lugar nenhum do hospital, e na última avaliação foi escrito que ele estava muito alterado, a gente acha que ele fugiu porque estava desorientado, mas ninguém sabe nos informar nada", esclareceu.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio), a direção do Hospital Municipal Souza Aguiar informou que Alex de Jesus da Silva estava internado para observação pela neurocirurgia, porém deixou a unidade sem aguardar a alta médica. Ainda reiterou que como Alex era um paciente maior de idade e lúcido, o hospital não tem poder legal de retê-lo contra sua vontade.
O caso foi registrado na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que estava realizando diligências para localizá-lo. Com o aparecimento do corpo, a Polícia Civil ainda não informou quais serão os próximos procedimentos e nem para qual especializada o caso será encaminhado.
A filha de Alex, que era criada sozinha por ele, está sob os cuidados da família paterna. Ainda não há informações sobre o local e horário do enterro do pintor.
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