A operação é realizada pelo MPRJ, por meio da Promotoria de Justiça de Casimiro de Abreu, e a Polícia Civil, através da 121ª DP (Casimiro de Abreu)Google Street View

Rio – Uma bebê de três meses, que teria sido vendida pela própria mãe ainda na maternidade, foi resgatada nesta terça-feira (8) por meio da Operação Cegonha, realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), policiais da 121ª DP (Casimiro de Abreu) e o Conselho Tutelar, em Casimiro de Abreu, na Baixada Litorânea. Ela foi levada para um abrigo.
Além disso, mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados foram cumpridos pela ação e os agentes recolheram documentos, extratos bancários e aparelhos celulares.
O caso teve início quando Lorena Fagundes Pereira, de 21 anos, disse ter dado à luz um bebê que morreu logo após o parto. Durante a gestação, ela já havia perdido outro bebê, pois estava grávida de gêmeos. Ao apresentar a certidão de óbito deste segundo bebê, a equipe técnica do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) desconfiou da veracidade do documento e iniciou uma série de investigações em cartórios, que confirmaram que não houve registro de óbito com a numeração constante na declaração apresentada.
Lorena foi acompanhada por órgãos assistencialistas durante a gestação e chegou a informar que não tinha interesse em ficar com a criança. Porém, logo depois disse mudar de ideia.
As apurações policiais apontaram que o atestado de óbito havia sido falsificado e que Lorena deu entrada na maternidade utilizando a identidade de Michele Assis Pereira, a mulher para quem Lorena teria dado a bebê em troca de recompensa financeira. Uma das evidências é que, no documento apresentado por Michele no hospital, consta a foto de Lorena. Michele, por sua vez, teria acompanhado o parto utilizando também um documento de uma outra pessoa.

A promotoria expediu os mandados de busca e apreensão diante dos indícios de que Lorena, Michele e outras duas pessoas teriam sido as autoras de diversos crimes que levaram à entrega da criança em troca de dinheiro, entre eles falsificação de documento público, falsificação material (identidade) e falsificação ideológica (dados fornecidos na Maternidade e no Cartório de RCPN).

Na decisão que determinou as buscas, o Juízo da Vara de Casimiro de Abreu ressaltou que "os documentos que instruem a presente peça são hábeis a evidenciar situação de extrema gravidade praticada, em tese, pelos representados vez que está patente ao menos falsificação de documento de identidade da suposta genitora e certidão de nascimento da infante". E prossegue, destacando que a criança "está aos cuidados de terceiras pessoas que, em tese, não são habilitadas e nem parentes consanguíneos da infante".