Ex-deputada Flordelis em julgamento no Tribunal do Júri, em Niterói, na Região Metropolitana do RioBrunno Dantas/TJRJ

Rio - O julgamento da ex-deputada Flordelis e mais quatro réus pela morte do pastor Anderson do Carmo pode se estender até sexta-feira (11). Já a defesa da família do religioso acredita que a audiência só será encerrada no sábado (12). Segundo informações obtidas no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, responsável por presidir o julgamento, teria solicitado reforço no policiamento no Tribunal do Júri até sexta-feira (11).
A sessão teve início na segunda-feira (7) e, até esta terça-feira (8), apenas seis, das 30 testemunhas, prestaram depoimentos. No primeiro dia, falaram em juízo a delegada Bárbara Lomba, que iniciou as investigações quando era titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), o delegado Allan Duarte, responsável pela conclusão do inquérito e Regiane Ramos Cupti Rabello, chefe de Lucas dos Santos de Souza, um dos filhos adotivos da pastora, já condenado por participação no crime.
No início do julgamento, advogados de defesa dos acusados fizeram uma barreira entre os réus para evitar que eles fossem fotografados pela imprensa. A ex-parlamentar ficou um bom tempo de cabeça baixa, chorou e juntou as mãos em forma de prece, enquanto a filha adotiva Marzy também ficou bastante emocionada. Diferente dos outros depoimentos, Flordelis apareceu ainda de cabelo curto e um pouco mais claro. Todos vestiam camisa branca e calça jeans.
O segundo dia foi marcado por atrasados e até disparo de alarme de incêndio no prédio onde acontece a sessão. Prestaram depoimentos o inspetor da DHNSGI, Tiago Vaz de Souza, que atuou nas investigações quando o delegado Allan Duarte assumiu o caso, e dois filhos afetivos de Flordelis. Ambos pediram para participar da audiência via videoconferência. São eles: pastor Alexsander Felipe Matos Mendes, o Luan, e Wagner Pimenta, batizado por ela como Misael.
O julgamento iniciou com uma hora e meia de atraso, por volta das 10h30, desta terça-feira (8). Isso porque um dos acusados, André Luiz de Oliveiro, filho afetivo da pastora, não havia sido listado e precisou ser buscado na penitenciária para início da sessão.
Acusações
O crime ocorreu no dia 16 de junho de 2019, quando a vítima foi executada a tiros na residência da família, no bairro de Pendotiba, na Região Metropolitana do Rio.
Flordelis é acusada de ser a mandante do crime e responderá por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

Já a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, e os filhos adotivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira responderão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Enquanto, a neta Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) para confirmar o pedido de reforço no policiamento até sexta-feira (11), mas ainda não obteve resposta.