Procura por testagem e vacinação aumentou depois da alta nos números de casos positivos da CovidMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - A alta no número de casos confirmados de covid-19 vem preocupando moradores da cidade do Rio. Nesta quarta-feira (16), o Centro Municipal de Saúde (CMS) Heitor Beltrão, localizado na Tijuca, Zona Norte, recebeu uma grande procura por testes, além da retomada da vacinação pós-feriado.
O Painel Rio Covid-19, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), alerta sobre o baixo número de pessoas que se vacinaram com as doses de reforço. De acordo com o levantamento, 24,4% dos moradores do Rio com 18 anos ou mais ainda não tomaram sequer a primeira dose de reforço.
Além desse número, apenas 35,7% dos munícipes nessa mesma faixa etária receberam a segunda dose de reforço, o que corresponde a 1,6 milhões de pessoas sem o ciclo vacinal completo. É o caso de Felipe Soares, de 30 anos, que foi até o CMS Heitor Beltrão para iniciar o reforço.
O morador da Tijuca revelou que tomou as duas doses iniciais e pensou que já estava vacinado contra o vírus. No entanto, o aumento de novas confirmações da doença o preocupou. Ele informou que mora com a mãe e recebe visitas da irmã com os filhos corriqueiramente. Esses motivos o motivaram a tomar a primeira dose de reforço.
Segundo Felipe, quando o tempo entre a vacina terminar, ele voltará ao posto de saúde para tomar a segunda dose e completar o ciclo vacinal.
"Eu escolhi tomar [a primeira dose] porque estou vendo muitas pessoas tendo sintomas de volta e, como moro com minha mãe e minha irmã vem nos visitar, é o melhor. Estava na minha cabeça que eu estava imunizado com as duas doses, mas não tem como você prever que o vírus vai evoluir", comentou.
Quem também esteve na unidade de saúde nesta quarta foi a assistente social Thaís Santos, de 27 anos. Ela foi até o local para tomar a segunda dose de reforço e completar o esquema vacinal. De acordo com Thaís, as pessoas devem voltar a usar máscaras de proteção individual em locais abertos e fechados para proteger a si e as pessoas próximas. Ela mora com a avó de 82 anos, que segundo a mulher, foi uma das primeiras a se vacinar.
"Eu estou muito preocupada vendo os números em relação a vacinação. Tem gente que nem voltou para tomar a quarta dose. Eu tomei para ficar mais protegida e proteger quem mora comigo. Eu acho que a máscara já deve ser usada e eu mesmo já estou usando", disse a assistente social.
Já para Emanoela Silva, de 36 anos, moradora de Santo Cristo, que também tomou a 4ª dose nesta quarta, as pessoas devem continuar se vacinando para evitar a contaminação de entes queridos e não aumentar o número de óbitos por causa do vírus. Segundo a SMS, 2.450 pessoas já morreram neste ano diante da Covid-19 na cidade do Rio, sendo três nas últimas 24h.
"Sempre será uma preocupação porque são as famílias que perdem um ente querido. É um vírus que sai por aí vitimando vidas a cada minuto e precisamos nos prevenir sempre para até salvá-los também. Máscaras e a vacina sempre serão importantes. O que eu digo para as pessoas é que continuem se prevenindo. Por mais que não gostem, se esforcem porque é importante tanto pro próprio bem da pessoa, como para os de casa", disse Emanoela.
O trio relatou que a vacinação no CMS Heitor Beltrão aconteceu tranquilamente e com pouca fila. Contudo, a fila da testagem estava maior. Questionada, a SMS ainda não respondeu sobre a procura de testes no município.
Vacinação em crianças
A prefeitura do Rio irá vacinar, somente nesta quinta-feira (17), crianças de 6 meses a 4 anos que tiverem comorbidades e deficiência com a vacina da Pfizer infantil. O planejamento era prolongar a campanha de vacinação, mas, segundo a SMS, as doses enviadas pelo Ministério da Saúde são poucas.
De acordo com a SMS, a imunização funcionará em 131 postos e unidades municipais. Neste dia, adultos e adolescentes não serão vacinados nestes locais.