Leandro Alan Broines Master, suspeito de cometer estelionato contra a família do motorista de aplicativo desaparecido, Edenilson Bernardo PereiraDivulgação

Rio - A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) prendeu, na tarde desta quarta-feira (16), Leandro Alan Broines Master, suspeito de cometer estelionato contra a família do motorista de aplicativo desaparecido, Edenilson Bernardo Pereira, de 68 anos. Leandro entrou em contato com a filha da vítima dizendo que estava com o desaparecido e que precisava de dinheiro para conseguir tirá-lo do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, e levá-lo para casa, em Icaraí, no município de Niterói.
O motorista de aplicativo Edenilson Bernardo de Souza, 67 anos, desapareceu após realizar corrida em São Gonçalo - Foto: Reprodução
O motorista de aplicativo Edenilson Bernardo de Souza, 67 anos, desapareceu após realizar corrida em São GonçaloFoto: Reprodução
O motorista está desaparecido desde segunda-feira (14), após aceitar uma corrida no bairro de Vista Alegre, em São Gonçalo. Desde então, não há mais registros da localização do homem.
Segundo a especializada, Leandro entrou em contato com a mulher através de um número disponibilizado para que as pessoas pudessem colaborar com informações que levassem ao paradeiro de Edenilson e mentiu ao dizer que precisava de dinheiro para abastecer seu carro e levá-lo até a sua família. O valor, não informado pela Polícia Civil até o momento, foi transferido para uma conta de Leandro. No entanto, após o pagamento, o suspeito não entrou mais em contato com a família da vítima.
Ao ser comunicada sobre o golpe, a DHNSG, responsável pela investigação do desaparecimento de Edenilson, realizou diligência por meio do Setor de Busca Eletrônica e conseguiu localizar o autor do crime em Queimados, na Baixada Fluminense, onde ele foi preso em flagrante por estelionato.
Ainda de acordo com a especializada, até o momento não há provas de vínculos entre Leandro e o desaparecido, tratando-se, exclusivamente de estelionato, visando obter indevida vantagem e aproveitando-se do sofrimento alheio.

O autor está custodiado na DHNSG e será encaminhado para audiência de custódia na quinta-feira (17), onde ficará à disposição da Justiça. As investigações em relação ao paradeiro de Edenilson continuam. Qualquer informação que possa levar ao paradeiro dele pode ser encaminhada ao WhatsApp do Setor de Busca de Paradeiros da DHNSG, através do terminal (21) 2717-2949.
Desaparecimento
O motorista teria saído às 6h da manhã para trabalhar, e às 7h06 da manhã aceitou uma viagem com destino ao Colégio Estadual Coronel Serrado, na Rua José Souza Porto, no bairro de Vista Alegre, em São Gonçalo. Após finalizar o trajeto, uma nova chamada foi solicitada para a Estrada do Nebrasca, com destino à Estrada Almirante Rena Boto, no mesmo bairro, no entanto, pouco depois de iniciada, foi cancelada pelo usuário. A partir daí, os familiares não conseguiram mais falar com o homem.
A artista plástica Raquel Vanzi, 41 anos, é filha de Edenilson e contou que o pai sempre voltava em casa durante as corridas. " Ele sempre saía cedo, mas no meio da manhã ele costumava voltar, e depois vinha almoçar", disse. Ela falou que, eventualmente, o motorista aproveitava esse intervalo para levar o neto na escola. "Quando minha irmã precisava de suporte, ele levava o meu sobrinho no colégio. Então, ele sempre estava em contato para saber se ela precisaria dele, nunca ficou tanto tempo sem dar informação", relatou.
Segundo Raquel, na segunda-feira (14), o motorista cumpriu sua rotina normalmente. "Ele saiu às 7h da manhã, como sempre faz. Quando deu 9h, horário em que geralmente ele retorna em casa, nós tentamos contato. Às 11h, minha irmã ligou novamente, como ele não respondeu, ela decidiu ir à delegacia", contou.
Os familiares conseguiram verificar a última localização de Edenilson após acessarem, por um aplicativo de celular, o trajeto realizado pelo aparelho do homem. Posteriormente, entrou em contato com a empresa pela qual ele fazia a corrida, que confirmou a última localização dele. De acordo com o GPS do telefone, o último registro do aparelho foi na Rua José de Abreu.
A artista plástica contou que o pai era um motorista experiente e conhecia bem a cidade. "Ele já trabalhava há algum tempo pelo aplicativo e sabia onde eram os locais mais perigosos. Eventualmente recusava alguma corrida para evitar áreas de risco", disse.
Apesar de diabético, a filha descartou a possibilidade de algum problema médico. "Ele tinha a doença sob controle e tomava os remédios regularmente, nunca teve nenhuma alteração grave de saúde", relatou.
O diz a 99
Por meio de nota, a empresa 99 disse que solidariza com a família e trabalha em cooperação com as autoridades para que Edenilson seja encontrado o mais rápido possível. Após as apurações, a empresa não identificou intercorrências nas corridas realizadas pelo condutor na plataforma.

A companhia ressaltou que, assim que o desaparecimento foi reportado, entrou em contato com a família do homem, para acolhimento, e disponibilizou as informações pertinentes à polícia, como histórico de corridas e informações geradas a partir das ferramentas de segurança da plataforma. A empresa relatou que segue à disposição para colaborar com as investigações com o que mais for necessário.