Maior preguiça do Parque é da espécie preguiça-comum (Bradypus variegatus)Fellipe Oliveira
"Este lindo exemplar é a maior preguiça-comum já vista pela equipe do Parque até hoje. O tamanho desses animais varia de 42 a 80 centímetros de comprimento total do corpo. Esta preguiça flagrada na Unidade de Conservação, que fica no meio de uma megalópole, deve estar próxima do tamanho máximo da espécie, que são 80 centímetros. O peso do indivíduo adulto varia de 2,25 a 6,3 quilos e esta fêmea deve estar com pelo menos 6kg", explicou a especialista em ecologia de estrada e professora universitária Cecília Bueno.
Ainda de acordo com a especialista, a expectativa é de que outras preguiças estejam a caminho. "Pelas imagens, identificamos que é uma fêmea e, para nossa surpresa, ela pode estar grávida, já que estamos na época reprodutiva desta espécie", afirmou Cecília.
Flávio Deveza, um dos monitores que gravou a gigante descendo pelos galhos das árvores, não escondeu a surpresa sentida pela equipe. "Ficamos impressionados. Ela era realmente grande, a maior que já vi. Pra nós, ela parecia ter o dobro do tamanho das preguiças que estamos acostumados a ver", contou Deveza.
O chefe do Parque, Eduard Frederico, lembrou a importância de registros como este. "Uma das riquezas do Parque é ser um laboratório a céu aberto, onde os pesquisadores parceiros têm a oportunidade de encontrar espécies da fauna e da flora surpreendentes. Este flagrante não ocorreu durante um estudo, mas com certeza ele desperta o interesse científico pela biodiversidade da nossa Unidade de Conservação", afirmou.
O bicho-preguiça é um animal mamífero e um dos mais comuns do Parque Nacional da Tijuca. O nome faz jus à espécie: as preguiças dormem aproximadamente 20 horas por dia. Além de excelentes nadadoras, esses animais se alimentam de folhas e só costumam descer das árvores para fazer suas necessidades fisiológicas, o que pode acontecer uma vez por semana, ou para ir à outra árvores. A pelagem delas tem um tom de marrom-esverdeado devido à presença de organismo clorofilados, como algas verdes e cianobactérias, que vivem em simbiose com esse exemplar.
Atualmente, existem seis espécies de preguiças identificadas, sendo a preguiça-comum a mais recorrente no Parque. Apesar de dóceis aos olhos dos visitantes, os especialistas recomendam que os humanos não alimentem ou deem de beber a esses animais. Além disso, caso o visitante tope com alguma preguiça machucada, o ideal é que ele procure um funcionário do Parque e leve-o até o local para que o animal seja tratado da maneira adequada.
A espécie preguiça-comum não é um privilégio da Mata Atlântica carioca. O animal, que habita regiões de florestas, é encontrada em outras regiões do Brasil e em países como Peru, Venezuela, Nicarágua, entre outros.
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