PMs foram presos após corpos de jovens mortos serem encontrados Reprodução

Rio -A Justiça mandou soltar os dois policiais militares que abordaram dois jovens de 18 e 20 anos, em 2020, encontrados mortos logo depois em Belford Roxo, Baixada Fluminense. A decisão da 7ª Câmara Criminal, emitida na última segunda-feira (21), concede habeas corpus a Júlio César Ferreira dos Santos e Jorge Luiz Custódio da Costa, mediante cumprimento de medidas cautelares e monitoração eletrônica.
As medidas alternativas à prisão, de acordo com o documento, são: comparecimento mensal em juízo, para informar e justificar atividades; proibição de ausentar-se da Comarca de sua residência, salvo com autorização judicial prévia e monitoração eletrônica.

Segundo um dos advogados dos policiais, Claudio Dalledone Júnior, a medida foi "acertada". "Foi uma medida acertada da Justiça. Esses homens sequer poderiam estar respondendo o processo e mantê-los encarcerados beira o absurdo. São inocentes e precisam ser inocentados pela mesma Justiça que os fez suspeitos", disse Dalledone.
Os dois PMs foram presos em flagrante em 2020 após vídeos serem obtidos pela Polícia Civil. As prisões foram confirmadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. As armas foram apreendidas.

Relembre o caso
Edson Arguinez Junior, de 20 anos, e Jordan Luiz Natividade, 18, foram assassinados em 2020. Os dois aparecem em um vídeo divulgado nas redes sociais sendo brutalmente abordados pelos dois policiais militares. Os amigos estavam em uma motocicleta e sem capacete. Durante a abordagem, um policial atirou na direção dos rapazes.
Nas imagens, os rapazes caem no chão e são agredidos pelos policiais. Eles são algemados e colocados dentro da viatura. Um dos PMs sai do local com a moto usada pela dupla.

A mãe de Edson, Renata Santos de Oliveira, de 40 anos, cobrou Justiça e a exclusão dos militares da corporação. "Estou vivendo o que não desejo a ninguém. Estou enterrando meu filho", declarou no dia do enterro dos jovens. A cuidadora de idosos disse que apela para que o caso não se repita. "Dois rapazes não podem andar numa moto só porque são pretos? Eles não estavam com nada. Eles foram covardemente assassinados. Temos que nos juntar para que não aconteça com outros filhos", completou.