Davi Nascimento, de 9 anos, foi atingido no rosto e não resistiu aos ferimentosReprodução/Redes Sociais

Rio - Uma criança de 9 anos morreu e um adolescente de 14 anos ficou gravemente ferido, após serem atingidos por fogos de artifícios, na última quinta-feira (24), no bairro da Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio. De acordo com testemunhas, os artefatos teriam sido encontrados próximos a um palco montado para a exibição do jogo da seleção brasileira pela Copa do Mundo, na localidade conhecida como Manilha, e explodiram após serem acesos pelas vítimas. 
De acordo com os relatos, após a vitória do Brasil por 2 x 0 contra a Sérvia, houve uma queima de fogos próxima ao palco, onde os meninos brincavam. Ao encontrarem os artefatos no chão, eles os acenderam, provocando uma explosão. No acidente, o rosto de Davi Nascimento acabou sendo atingido e o adolescente também se feriu. 
As vítimas foram socorridas, inicialmente, para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Kennedy e, em seguida, transferidas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Davi não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo ainda na quinta-feira. O corpo da criança foi sepultado nesta sexta-feira (25), no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju. 
Já o adolescente, ainda não identificado, permanece internado em estado grave na unidade de saúde. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde na noite deste domingo (27). "Ele está mal no hospital, queimadura de terceiro grau. Mas eu creio que Deus vai fazer melhor por ele", disse uma amiga da família da vítima nas redes sociais. Atualmente, tramita na Câmara Municipal do Rio, o projeto de emenda à Lei que proibe os fogos de artifício na capital fluminense. 
O projeto do vereador Luiz Ramos Filho (PMN) permite somente os shows de efeitos visuais, com estampidos inferiores a 85 decibéis, e apenas por instituições autorizadas por ato do prefeito. O governo apresentou emenda para permitir fogos sem limitações de decibéis, desde que no meio do mar, em balsas. A proposta já foi aprovada em primeira discussão e volta a ordem do dia na próximaquinta-feira (1º), para ser votado em segunda discussão.
"Os fogos são um perigo, causam danos irreparáveis. Quantas tragédias contabilizamos? Quantas pessoas feridas? Quantos animais que acabam morrendo? E o sofrimento dos autistas, dos idosos, dos enfermos? Isso não tem graça. Não existe festa no meio de tanta desgraça. Temos que substituir por espetáculos de luz, que causam menos transtorno", justifica o autor do projeto.