Rio – O Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino determinou, nesta quarta-feira (22), a instauração de um novo inquérito da Polícia Federal (PF) para investigar as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorridas em 2018.
Com a decisão, as apurações dos assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro e do motorista que conduzia o carro no momento do crime são ampliadas e têm contribuição a nível nacional.
Em portaria do Setor de Inteligência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Dino afirma que "considerando que a norma contida no artigo 144 indica que é atribuição desta Polícia Federal apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União [...], assim como infrações cujas práticas tenham repercussão interestadual ou internacional [...], resolve Instaurar Inquérito Policial para apurar todas as circunstâncias que envolveram a prática do crime previsto no artigo 122".
Em 2 de janeiro, quando tomou posse, Dino já havia sinalizado em seu discurso que atuaria para desvendar o assassinato da parlamentar do Psol e do motorista. "Nós saberemos quem matou e quem mandou matar Marielle Franco", afirmou o ministro à época.
O sargento da PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz foram presos em março de 2019 acusados de participação nos assassinatos e respondem por homicídio triplamente qualificado e também por tentativa de assassinato de uma assessora de Marielle, que estava no carro e sobreviveu. Ronnie Lessa foi apontado como o autor dos disparos, enquanto o militar da corporação expulso dirigia o Cobalt usado na perseguição e ataque.
As prisões, feitas pela Operação Lume, do Ministério Público e a Polícia Civil, ocorreram dois dias antes dos crimes completarem um ano.
Em janeiro de 2019, O DIA publicou que os dois homens eram servidores da ativa e excluídos ligados à Segurança Pública do Rio e também ao chamado Escritório do Crime. Ronnie foi preso em casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde o presidente Jair Bolsonaro morava antes de se tornar presidente e se mudar para Brasília. O ex-PM Elcio Vieira de Queiroz também foi capturado em sua residência, no Engenho de Dentro, na Zona Norte.
Em julho de 2021, a Justiça do Rio condenou Ronnie e outras quatro pessoas próximas a ele por destruir e ocultar provas dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os outros condenados foram a mulher do policial militar, Elaine Lessa, o cunhado Bruno Figueiredo, José Marcio Mantovano e Josinaldo Freitas. Hoje, com exceção de Ronnie, eles respondem em liberdade.
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