Secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que a vítima foi um homem de 23 anos, morador de Senador Camará, na Zona Oeste; doença matou três pessoas no estado
Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya - Divulgação / SES
Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya Divulgação / SES
Rio - A cidade do Rio de Janeiro registrou, nesta quarta-feira (14), a segunda morte por dengue em 2024. Ao DIA, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, confirmou que a vítima foi um homem de 23 anos, morador de Senador Camará, na Zona Oeste. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), há outros dois óbitos em investigação no município.
O homem chegou a ficar internado, mas não resistiu após três dias de evolução da dengue hemorrágica. "Ele demorou para perceber os sintomas de gravidade, como dor abdominal e sangramentos. Recomendo que toda a população fique atenta. Em caso de febre, procure uma unidade de saúde", disse o secretário, em entrevista ao DIA.
Daniel Soranz também comentou sobre prevenção e vacinação. "A cada três pessoas com dengue, duas têm focos dentro do próprio domicílio. Recebemos 40 mil doses de vacina para um estudo na região de Guaratiba, na Zona Oeste. Nossa expectativa é que as vacinas sejam aplicadas em 30 dias nos 40 mil cadastrados", explicou.
Em nota, a SMS afirmou que o homem "apresentou sintomas, como febre, dores musculares, vômito, náusea, dores nas articulações e atrás dos olhos e não apresentava doenças pré-existentes. O quadro evoluiu, após 3 dias, para sinais de alarme e gravidade, como hipotensão postural, sensação de perda de força muscular, queda abrupta de plaquetas, dor abdominal intensa, sangramento espontâneo de mucosa e desidratação".
Há exatamente uma semana, na última quarta-feira (7), a primeira morte por dengue no Rio foi confirmada. A SMS informou que a vítima tinha 45 anos e estava internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Maré, na Zona Norte.
De janeiro a 13 de fevereiro, o estado do Rio registrou 39.311 mil casos prováveis de dengue e quatro óbitos: dois na cidade do Rio de Janeiro, um em Mangaratiba e um em Itatiaia. Chama atenção o aumento expressivo em apenas uma semana. No último balanço, em 5 de fevereiro, eram 25.136 mil casos. Ou seja, houve 14.175 mil novos registros: um crescimento de 56%.
No início do mês, o prefeito Eduardo Paes havia decretado estado de emergência de saúde pública por conta dos números de contaminados. Ao todo, foram registrados mais 11 mil casos, com uma taxa de incidência de 160,68 por 100 mil habitantes.
Atendimento aos casos de dengue
De acordo com a SMS, todas as Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde estão aptas para atender pacientes com dengue, além dos polos de atendimento. O décimo e último polo foi inaugurado nesta quarta-feira no Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, na Zona Norte. O espaço segue o padrão estrutural dos outros nove já em funcionamento, com capacidade para diagnóstico e tratamento.
De acordo com o painel epidemiológico da Prefeitura do Rio, o município já registrou 20.053 casos de dengue em 2024. Em todo o ano de 2023, foram 22.802. Febre alta, dor atrás dos olhos, no corpo e nas articulações, mal-estar e manchas vermelhas na pele são os principais sintomas. Nos primeiros sinais da doença, as pessoas devem procurar atendimento para o diagnóstico precoce.
Para quadros graves, os pacientes serão regulados pela Central Municipal de Regulação e transferidos para leitos nos hospitais da rede de urgência e emergência do município. O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte, será unidade de concentração para a doença, inicialmente com 20 leitos.
Para prevenir a proliferação do mosquito transmissor é recomendado não deixar água parada em recipientes, como vasos de planta, pneus velhos, tonéis d’água, piscinas, garrafas e vasilhames, entre outros. Além disso, é aconselhado limpar periodicamente lixeiras, ralos e objetos que possam acumular água.
Confira os endereços dos 10 polos inaugurados
Benfica: Super Centro Carioca de Saúde Rua General. Gustavo Cordeiro de Farias, 545
Tijuca: Policlínica Hélio Pellegrino Rua do Matoso, 96
Complexo do Alemão: Clínica da Família Zilda Arns - Estr. de Itararé, 951
Madureira: Clínica da Família Souza Marques Praça do Patriarca, s/n
Del Castilho: Policlínica Rodolpho Rocco Estrada Adhemar Bebiano, 339
Curicica: Hospital Municipal Raphael De Paula Souza Estrada de Curicica, 2000
Campo Grande: CMS Belizário Penna Rua Franklin, 29
Santa Cruz: Policlínica Lincoln de Freitas Filho Rua Álvaro Alberto, 601
Bangu: Policlínica Manoel Guilherme da Silveira Filho Avenida Ribeiro Dantas, 571
Botafogo: Super Centro Carioca de Vacinação Rua General Severiano, 91
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Iuri Corsini
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