Operações no Complexo da Maré são frequentesReginaldo Pimenta/Arquivo/Agencia O Dia
Moradores do Complexo da Maré, na Zona Norte, são frequentemente afetados por ações policiais. Isso porque além das escolas, unidades de saúde também têm o serviço interrompido em dias de confronto. Apenas nesta quarta (6), 41 unidades escolares da região foram fechadas, afetando 13.799 alunos. Enquanto as clínicas da família Adib Jatene e Augusto Boal, e o Centro Municipal de Saúde Vila do João acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, suspenderam o funcionamento.
No último dia 22, por exemplo, em uma outra operação que visava combater o roubo de veículos, mais 22 escolas foram impactadas. Na ação, os agentes cumpriram quatro mandados de prisão e apreenderam 10 Kg de maconha, seis balanças de precisão e material para embalar drogas. Além disso, recuperaram 11 carros, 17 motos, uma van e um caminhão.
Seis dias antes, outra ação provocou um intenso tiroteio na comunidade, e o mesmo número de colégios foram fechados, passando a atender remotamente. Com isso, 7.653 alunos ficaram sem aulas presenciais. No ínicio do mês, 7 de fevereiro, mais uma vez, alunos de 22 escolas não puderam frequentar as aulas.
Cidade de Deus
Na ocasião, a PM tinha o objetivo de reprimir a movimentação de criminosos envolvidos em disputas de territórios nas localidades da Gardênia Azul, próximo a região. Isso porque as comunidades vivem sob uma disputa por territórios travada por traficantes do Comando Vermelho (CV) e milicianos.
Ainda no início do ano letivo, a Secretaria Municipal de Educação teve que adiar o início das aulas de oito escolas devido a mais uma operação emergencial na Cidade de Deus. Prevista para começar às 7h, a retomada só iniciou às 9h. Enquanto outros quatro colégios permaneceram com atendimento remoto.
Ainda na Zona Oeste, a Vila Kennedy precisou fechar 12 escolas, prejudicando 3.511 alunos. Enquanto na Vila Aliança, outras oito foram impactadas e 2.152 estudantes ficaram sem aula. Na semana passada, outras sete também foram fechadas na comunidade, afetando 2.109 alunos. As regiões sofreram com intenso tiroteio durante a manhã desta quarta (6).
"A Seeduc mantém diálogo permanente com as polícias militar e civil e vem acompanhando os registros feitos pelas unidades escolares através do Registro de Violência Escolar (RVE), ferramenta disponível na plataforma Conexão Educação, da Secretaria de Estado de Educação", disse em nota.
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