Suel teve a prisão preventiva decretada em julho do ano passado por homicídio qualificado e receptaçãoArquivo / Agência O Dia

Rio - O juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, manteve a prisão preventiva do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Rio neste domingo (31). Segundo as investigações, Suel participou do plano do assassinato e monitorou a rotina da vereadora Marielle Franco, além de ter ajudado os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, atirador e motorista respectivamente, no desmanche do carro usado na emboscada em março de 2018. O ex-sargento do Corpo de Bombeiros teve a prisão preventiva decretada em julho do ano passado por homicídio qualificado e receptação. 
Suel foi detido durante a operação que se desdobrou de uma colaboração premiada realizada por Élcio de Queiroz. Em sua casa, foram apreendidas armas supostamente legalizadas, celulares e outros bens. Élcio segue preso desde 2019, assim como o ex-policial reformado Ronnie Lessa, ambos denunciados pelo GAECO/MPRJ como executores. 
Na delação, Élcio confessou que dirigiu o carro usado no ataque e confirmou que Ronnie Lessa fez os disparos. Maxwell teria ajudado a monitorar os passos de Marielle e participado, um dia após o crime, da troca de placas do veículo Cobalt, usado no assassinato, se desfeito das cápsulas e munições usadas, assim como providenciado o posterior desmanche do carro. O ex-militar já havia sido condenado por atrapalhar as investigações, mas cumpria pena em regime aberto.
Segundo Queiroz, Suel também participou de uma tentativa frustrada de homicídio da parlamentar no final de 2017, no Estácio, região central do Rio. A delação apontou que o ex-bombeiro dirigia o Cobalt Prata enquanto Lessa estava armado no banco do carona com uma submetralhadora MP5. O crime só não teria acontecido por um problema mecânico no carro em que estavam. De acordo com Queiroz, Lessa ficou chateado com Suel porque achou que o homem hesitou.
Mandantes do crime
Os irmãos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio e Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, foram presos acusados de serem os mandantes do crime na operação Murder Inc no último dia 24. Já Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, assumiu a função um dia antes do assassinato de Marielle, e foi preso acusado de tentar obstruir as investigações do assassinato da vereadora e Anderson.
Uma das principais linhas de investigação sobre o caso está relacionada a uma disputa por terrenos na Zona Oeste. Em depoimento, Lessa teria informado que Marielle virou alvo depois de defender a ocupação de terrenos por pessoas de baixa renda e que o processo fosse acompanhado por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio.