Rio - A Justiça do Rio condenou, nesta quarta-feira (12), Fagner Wilson Nunes Chamarelli, de 27 anos, a 22 anos de prisão pela morte do porteiro José Jailton de Araújo, de 47, ocorrida na portaria de um prédio, em agosto do ano passado, no Centro do Rio. A condenação aconteceu pelo crime de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.
Ao ser interrogado, Fagner contou que soube por um amigo sobre uma quantia de R$ 200 mil que estaria na cobertura da sala de reunião do edifício onde o crime aconteceu. Ele assumiu que foi de moto e armado ao prédio, na Rua Carlos de Carvalho, se passando como entregador, e disse que conseguiu entrar logo após um morador.
Depois que o homem anunciou o assalto, o porteiro tentou desarmá-lo e ambos entraram em luta corporal. Segundo o acusado, a arma "disparou sem querer". Fagner ainda disse que "quer pedir perdão a Deus e à família dele pelo que aconteceu".
Veja o vídeo da briga:
Polícia procura investigado de latrocínio de porteiro no Centro do Rio.
Em suas alegações finais, a defesa do réu pediu que o caso fosse julgado como roubo e homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, o juízo da 37ª Vara Criminal do Rio não concordou com a solicitação, mantendo o caso como latrocínio.
"Não há como se desclassificar a imputação inicial para roubo em concurso com homicídio culposo: o réu foi ao local do crime munido de arma de fogo, encontrando-se a possibilidade de reação da vítima com a necessidade de utilização da arma absolutamente dentro da cadeia de desdobramento do crime de roubo armado. Portanto, dentro do dolo do agente que, assim, assume o risco de produzir o resultado morte, configurando-se no mínimo e ainda que aplicada a dúvida em favor do réu, a presença de dolo eventual a implicar no reconhecimento do crime de latrocínio consumado. Agiu o denunciado com extremada violência com os objetivos de humilhar e subjugar a vítima o que, inclusive, possivelmente inflamou seus ânimos levando-o à reação, daí ocasionando a briga e, ao fim, o disparo", diz a sentença.
Os 22 anos de prisão terão que ser cumpridos em regime fechado. Além disso, Fagner terá que pagar R$ 36 por 12 dias como multa e as despesas do processo.
O homem foi preso fevereiro deste ano, no Estácio, na região central do Rio. Na ocasião, ele foi detido após roubar um carro de luxo, da marca BMW. O objetivo era levar o veículo para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para ser revendido, mas ele foi abordado por agentes do 6º BPM (Tijuca) antes disso.
A prisão de Fagner aconteceu na Rua Joaquim Palhares, próximo ao Viaduto Paulo de Frontin. No momento da abordagem, os agentes confirmaram que havia um mandado prisão em aberto no nome do criminoso pela morte do porteiro, além de outras nove passagens policiais. Com ele, foram apreendidos uma pistola 9 mm. e três carregadores.
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