PM reformado entrou armado na sede da OAB-RJ, no Centro do RioDivulgação/OAB-RJ
Armado, PM reformado entra na sede da OAB-RJ, no Centro, e ameaça funcionários
Ex-agente tentou impedir a realização da posse da Comissão de Combate à Violência Racial
Rio - A Seccional Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) acionou a Polícia Militar, na tarde desta terça-feira (23), depois que o PM reformado Henry Ribeiro da Costa entrou armado na sede da entidade, localizada na Avenida Marechal Câmara, no Centro, e ameaçou funcionários para tentar impedir a realização da posse da Comissão de Combate à Violência Racial.
O ex-agente chegou a ser retirado do prédio pela segurança da Seccional, mas voltou pouco depois. Policiais militares foram acionados e levaram Henry para a 5ª DP (Mem de Sá). O PM reformado também é advogado e inscrito na OAB-RJ.
A presidente da Seccional, Ana Tereza Basilio, já determinou a abertura de processo disciplinar para apurar a conduta do ex-policial. A posse desta mesma comissão já havia sido adiada devido à ameaça de atentado que estaria relacionada a grupos extremistas, que ocorreu em 3 de julho, no prédio.
Na ocasião, a sede foi fechada temporariamente e cerca de 50 policiais, com auxílio de 12 cães, realizaram uma varredura em todos os andares do local, mas não identificaram ameaça, liberando o prédio em segurança.
Casos semelhantes
Em fevereiro de 2023, uma carta deixada em alguns banheiros do sétimo andar do prédio informou sobre a existência de uma bomba no local. Durante a descoberta do aviso, ocorria uma solenidade para entrega da carteira de advogados aprovados no concurso da Ordem. Por conta da ameaça, todos os eventos do dia foram suspensos.
Na época, equipes do Esquadrão Antibombas da Polícia Civil não encontraram artefatos explosivos no local. A falsa ameaça, contudo, causou pânico a advogados, funcionários e visitantes que estavam no prédio, que foi evacuado às pressas.
A investigação identificou que o responsável por disseminar a informação falsa sobre a existência de uma bomba foi o advogado José Raimundo Rabêlo Muniz, que estava insatisfeito com um processo disciplinar aberto contra ele na Comissão de Ética e Disciplina. Ele foi suspenso por seis meses das atividades advocatícias, acusado de apropriação indevida de dinheiro de um cliente.
Em fevereiro de 2024, o advogado Rodrigo Marinho Crespo foi morto a tiros próximo ao prédio. Segundo relatos, a vítima teria sido alvo de, ao menos, oito tiros por um homem que estava dentro de um carro, usando uma touca para tampar o rosto.
Em 26 de abril do mesmo ano, o Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou três homens, entre eles um policial militar, pelo homicídio qualificado. O processo aponta que os denunciados participaram do monitoramento do advogado e estiveram juntos antes e depois do crime. Os réus estão presos preventivamente e passarão por júri popular.

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