Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do TCP e do Complexo de IsraelDivulgação
Segundo o Governo Federal, cada estado indicou oito alvos prioritários com base em uma matriz de risco, que avaliou aspectos como gravidade e natureza do crime cometido, vinculação com organizações criminosas, existência de múltiplos mandados de prisão e atuação interestadual.
Do território fluminense, os mais procurados são: Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho; Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão; Bernardo Bello Pimentel Barboza, o Bello; Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso; Luciano Martiniano da Silva, o Pezão; Paulo David Guimarães Ferraz Silva, o Naval; Wallace de Brito Trindade, o Lacoste; e Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha.
Saiba mais sobre eles:
Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho: É patrono da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro e dono de uma distribuidora de cigarros e charutos. Ele é apontado como líder de um grupo que monopolizou a venda de cigarros em diferentes pontos da Região Metropolitana. Investigações indicam que, apenas entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, por exemplo, seu grupo teve um lucro de mais de R$ 9 milhões.
Em março deste ano, ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal contra o comércio ilegal de cigarros e, em maio, 22 trabalhadores paraguaios em situação análoga à escravidão precisaram ser resgatados de uma fábrica clandestina de cigarros, que teria elo com Adilsinho.
Em 2024, a Polícia Civil pediu sua prisão preventiva por suspeita de ter mandado matar o miliciano Marco Antônio Figueredo Martins, conhecido como Marquinho Catiri, e o seu comparsa, Alexsandro José da Silva, o Sandrinho. O crime aconteceu na comunidade da Guarda, na Zona Norte, em 2022.
Segundo investigações, o homicídio foi motivado por uma disputa na contravenção. Catiri, que controlava a milícia que atua em comunidades de Del Castilho e Inhaúma, na Zona Norte, estava ligado ao rival de Adilsinho, Bernardo Bello.
Após a morte de Catiri, o contraventor assumiu o controle da região. Ainda de acordo com a Polícia Civil, a organização criminosa liderada por ele foi responsável por uma série de homicídios ao longo dos anos, todos ligados a disputas pela exploração ilegal de cigarros e jogos de azar.
Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão: É um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP) e controla o Complexo de Israel, na Zona Norte. Ele possui uma extensa ficha criminal em que constam crimes como homicídio, tortura, associação ao tráfico, roubos e ocultação de cadáver.
Na noite de segunda, familiares do traficante foram flagrados pela Polícia Rodoviária Federal tentando deixar o país, seguindo para a Bolívia, mas ele não foi localizado.
Peixão também passou a ser investigado por terrorismo em outubro de 2024, quando a Polícia Civil instaurou um inquérito após um tiroteio na Avenida Brasil terminar com três inocentes mortos. Na ocasião, a PM afirmou que criminosos comandados por ele teriam recebido ordens para atirar contra motoristas e passageiros na Avenida Brasil. O objetivo era tirar o foco dos agentes envolvidos em uma operação no Complexo de Israel.
Adepto de símbolos de Israel, como a Estrela de Davi, ele é conhecido por sua intolerância contra praticantes de religiões de matriz africana e costuma expulsar esses moradores de suas áreas de influência, além de determinar a invasão e depredação de centros religiosos.
De acordo com as investigações, Edgar, de 55 anos, usa comunidades da Zona Norte como base de atuação do grupo. Nos últimos meses, passou a liderar invasões em áreas da Zona Sudoeste, como Gardênia Azul e César Maia.
A Polícia Civil também aponta Doca como o mandante da execução de três médicos e da tentativa de homicídio de uma quarta vítima, em outubro de 2023, na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste. As vítimas participavam de um congresso de medicina e teriam sido confundidas com milicianos.
Em maio deste ano, investigações apontaram ainda que Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, fundador da facção Amigos dos Amigos (ADA), firmou um pacto com Doca. A aliança tinha como objetivo expandir o domínio territorial e o tráfico de drogas na Zona Sudoeste.
Considerado um dos chefes do Comando Vermelho, o Disque Denúncia divulgou um novo cartaz de procurados logo após a megaoperação, em que a recompensa por sua captura passou de R$ 1 mil para R$ 100 mil. O montante se igualou ao que foi oferecido por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que está preso há 20 anos, mas continua atuando na cúpula do CV.
Segundo informações do Disque Denúncia, ele assumiu o controle da favela após receber ordens diretas de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar para matar o antigo chefe, o traficante Antônio de Souza Ferreira, o Tota, em 2008.
Em 2005, ele chegou a ser preso pela Polícia Civil por chefiar a venda de drogas na favela da Grota, comunidade que faz parte do complexo, mas foi solto pela justiça em 2008.
De acordo com denúncias, após a ocupação da região em 2010, ele teria ido se refugiar em vários locais sob o domínio do CV, como a Mangueirinha, Juramento (parte), Morro da Galinha, em Inhaúma, e em outros morros e favelas em São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana.
Conforme informações mais recentes, Pezão estaria circulando no Morro do Juramentinho, em Vicente de Carvalho, na Favela da Fazendinha, em Inhaúma, e na Pedra do Sapo, em Ramos. Nestas comunidades, ele estaria promovendo e financiando bailes funks. Investigações apontam ainda que o traficante teria expulsado diversos moradores e transformado suas casas em pontos de drogas e endolação, além de matar aqueles que são contra suas ordens.
O apelido tem relação com seu passado como fuzileiro naval, já que ingressou na Marinha em 2012. Segundo investigações, ele domina as comunidades do Barbante, Vilar Carioca, Antares e Rola, consideradas estratégicas para o grupo.
O miliciano também é acusado de participar da morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho. Em 2023, o Ministério Público do Rio (MPRJ) o denunciou como um dos autores da execução do ex-parlamentar e de seu cunhado, Maurício Raul Atallah. Os dois foram baleados em agosto de 2022, na Estrada Guandu Sapé, em Campo Grande.
A execução, segundo investigações, foi motivada por uma suposta tentativa por parte de Jerominho de retomar o comando do grupo paramilitar que atua na região.
De acordo com o MPRJ, o ex-vereador foi fundador da milícia privada conhecida como Liga da Justiça, responsável pela prática de homicídios e extorsões, em razão da cobrança de taxas de segurança a comerciantes e moradores da Zona Oeste, principalmente no bairro de Campo Grande.
Segundo informações do Disque Denúncia, as comunidades ostentam a maior quantidade de armas e bocas de fumo da região da grande Madureira. Ao todo, seriam centenas de fuzis e pontos de drogas, que rendem mensalmente mais de R$ 700 mil para a facção que domina todas as cinco favelas do complexo.
Lacoste tem ordenado ainda invasões no Morro do Cajueiro, dominado pela facção rival, o Comando Vermelho. Além disso, ele também é um dos indiciados pela Polícia Federal junto com TH Joias e Pezão.
Abelha saiu pela porta da frente do Complexo de Bangu, mesmo com mandado de prisão ativo, no dia 27 de julho de 2021.
O traficante integra o grupo chamado de "conselho", onde os criminosos com maior posição hierárquica dentro da facção têm poder de decisão. Esses líderes, mesmo presos, são os responsáveis por coordenar negócios clandestinos a nível estadual e nacional, pela organização financeira e por determinar invasões territoriais a comunidades controladas por rivais.
O criminoso tem ainda forte influência nas favelas do Santo Amaro, Mangueira, Manguinhos e Complexo do Alemão. Por conta do seu forte poder de decisão, ele, que estava preso desde 2002, chegou a ser transferido para presídios federais duas vezes.








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